Monday, 29 December 2008

And the award goes to… Sarah Palin! Uh, we mean, Tina Fey!

Tina Fey – capa da Vanity Fair deste mês – foi eleita Entertainer of the Year pela Associated Press, passando à frente de nomes como Robert Downey Jr. e o Heath Ledger que ganharam, respectivamente, a medalha de prata e bronze, este último a título póstumo, claro está…
Os editores de jornais e produtores de televisão dos EUA que constituem o painel de júris da AP escolheram a actriz de 38 anos, que catapultou ao estrelato depois do sketch da Sarah Palin no SNL e da brilhante sitcom 30 Rock, uma vez que ela foi, segundo a AP, a artista que teve maior impacto na cultura e entretenimento dos EUA em 2008.
E nós no B’necas não discordamos.
Go Tina!

Monday, 22 December 2008

Para o ano há mais!


Parto amanhã para Londres passar o Natal em família e sigo viagem para Barcelona celebrar o revelhão com amigos, por isso, caros leitores e, em especial, minha partner in crime Peque-nina, desejo-vos um Merry Christmas & Feliz Año Nuevo!

No escurinho do cinema... ou então não...

Não sei o que se passou comigo em 2008 mas depois anos e anos como ávida cinéfila, de dar em doida se ficava mais de 15 dias sem ir ao cinema, de ver 3 ou 4 DVDs por fim-de-semana… de repente dei por mim sem ter visto um único dos 10 melhores filmes do ano, segundo a AFI. Vergonhosamente, passei meses a fio sem ir ao cinema, sem ver um único DVD ou sequer um filme de domingo à tarde na TVI, daqueles em que o cão marca os derradeiros pontos no jogo de basquete e apanha o ladrão mesmo no fim do filme (a adrenalina dos clássicos do Air Bud são uma fixação minha, como já aqui manifestei).
Também a lista dos melhores programas de televisão do ano me deprimiu: tirando o Lost, The Office, Mad Men e The Wire, nunca ouvi falar e muito menos vi as séries eleitas.
Já na minha wishlist da Amazon, deixo-vos então com os pódios da AFI, para que os movie buffs como eu voltem à forma e ponham a 7ª arte em dia:

AFI MOVIES OF THE YEAR-OFFICIAL SELECTIONS
The Curious Case of Benjamin Button
The Dark Knight
Frost/Nixon
Frozen River
Gran Torino
Iron Man
Milk
Wall•E
Wendy and Lucy
The Wrestler


AFI TV PROGRAMS OF THE YEAR-OFFICIAL SELECTIONS
Breaking Bad
In Treatment
John Adams
Life
Lost
Mad Men
The Office
Recount
The Shield
The Wire

Wednesday, 17 December 2008

O Gosto dos Outros

E porque a minha opinião musical vale tanto como acções do BPN, deixo-vos as classificações dos melhores álbuns de 2008 segundo os verdadeiros peritos. Os TV On The Radio que, à excepção da Mojo, constam em todas as listas e praticamente sempre no pódio, sobressaem como sendo os claros vencedores.

SPIN
1. TV On The Radio, Dear Science
2. Lil Wayne, Tha Carter III
3. Portishead, Third
4. Fucked Up, The Chemistry Of Common Life
5. Fleet Foxes, Fleet Foxes
6. Santogold, Santogold
7. Deerhunter, Microcastle
8. Hot Chip, Made In The Dark
9. Coldplay, Viva La Vida
10. MGMT, Oracular Spectacular

ROLLING STONE
1. TV on the Radio, Dear Science
2. Bob Dylan: Tell Tale Signs, The Bootleg Series Vol. 8
3. Lil Wayne, Tha Carter III
4. My Morning Jacket, Evil Urges
5. John Mellencamp, Life, Death, Love and Freedom
6. Santogold, Santogold
7. Coldplay, Viva la Vida or Death and All His Friends
8. Beck, Modern Guilt
9. Metallica, Death Magnetic
10. Vampire Weekend, Vampire Weekend

1. Portishead, Third
2. Fleet Foxes, Fleet Foxes
3. TV On The Radio, Dear Science
4. Bon Iver, For Emma, Forever Ago
5. Vampire Weekend, Vampire Weekend
6. Elbow, The Seldom Seen Kid
7. Neon Neon, Stainless Style
8. Nick Cave & The Bad Seeds, Dig!!! Lazarus, Dig!!!
9. Kings Of Leon, Only By The Night
10. Paul Weller, 22 Dreams

BLENDER
1. Lil Wayne, Tha Carter III
2. Girl Talk, Feed the Animals
3. TV on the Radio, Dear Science
4. Metallica, Death Magnetic
5. Hot Chip, Made in the Dark
6. Robyn, Robyn
7. Of Montreal, Skeletal Lamping
8. Randy Newman, Harps and Angles
9. Vampire Weekend, Vampire Weekend
10. Fall Out Boy, Folie A Deux

Q
1. Kings Of Leon , Only By The Night
2. Fleet Foxes, Fleet Foxes
3. Coldplay, Viva La Vida Or Death And All His Friends
4. Vampire Weekend, Vampire Weekend
5. Glasvegas, Glasvegas
6. Duffy, Rockferry
7. TV On The Radio, Dear Science
8. Elbow, The Seldom Seen Kid
9. The Raconteurs, Consolers Of The Lonely
10. Nick Cave & The Bad Seeds, Dig!!! Lazarus Dig!!!

NME
1. TV On The Radio, Dear Science
2. Fleet Foxes, Fleet Foxes
3. Bon Iver, For Emma, Forever Ago
4. MGMT, Oracular Spectacular
5. Coldplay, Viva La Vida or Death And All His Friends
6. Vampire Weekend, Vampire Weekend
7. Glasvegas, Glasvegas
8. Portishead, Third
9. Amadou And Mariam, Welcome To Mali
10. Kings Of Leon, Only By The Night

MOJO
1. Fleet Foxes, Fleet Foxes
2. The Last Shadow Puppets, The Age Of The Understatement
3. Paul Weller, 22 Dreams
4. Bon Iver, For Emma, Forever Ago
5. Nick Cave & The Bad Seeds, Dig, Lazarus, Dig!!!
6. The Hold Steady, Stay Positive
7. Glasvegas, Glasvegas
8. The Week That Was, The Week That Was
9. The Bug, London Zoo
10. Neil Diamond, Home Before Dark

AV CLUB
1. TV on the Radio, Dear Science
2. Fucked Up, The Chemistry Of Common Life
3. The Walkmen, You & Me
4. Los Campesinos, Hold On Now, Youngster…
5. Bon Iver, For Emma, Forever Ago
6. The Hold Steady, Stay Positive
7. Vampire Weekend, Vampire Weekend
8. Erykah Badu, New Amerykah, Part One: 4th World War
9. Death Cab For Cutie, Narrow Stairs
10. Portishead, Third

BLITZ
1. Portishead, Third
2. Hercules and Love Affair, Hercules and Love Affair
3. Silver Jews, Lookout Mountain, Lookout Sea
4. TV On The Radio, Dear Science
5. The Kills, Midnight Boom
6. MGMT, Oracular Spectacular
7. Vampire Weekend, Vampire Weekend
8. American Music Club, The Golden Age
9. Bon Iver, For Emma, Forever Ago
10. Erykah Badu, New Amerykah: Part One (4th World War)

1. The Last Shadow Puppets, The Age Of The Understatement
2. MGMT, Oracular Spectacular
3. TV On The Radio, Dear Science
4. Vampire Weekend, Vampire Weekend
5. Fleet Foxes, Fleet Foxes
6. X-Wife, Are You Ready For The Blackout?
7. The Walkmen, You & Me
8. Bon Iver, For Emma, Forever Ago
9. Beach House, Devotion
10. Portishead, Third

Tuesday, 16 December 2008

Os Melhores Singles de 2008 (1 a 5)

1. Sex On Fire, Kings of Leon
Uma vez que só comprei o álbum há poucos meses, courtesy of Tiago, ainda o tenho fresquinho e admito que esta classificação esteja influenciada pelo factor “tempo” e “novidade”... mas esta música é indescritivelmente poderosa. Posso avançar que, a fazer uma lista dos singles da década, este há-de lá constar e numa posição bem privilegiada.


2. White Winter Hymnal, Fleet Foxes
Tenho a agradecer à Guida a recomendação este verão para a canção mais doce e harmoniosa do ano, que muito me lembra a paixão que tive pelo Person Pitch do Panda Bear.


3. Kalemba, Buraka Som Sistema
aqui falei da música mais dirty do ano. Cheira a verão, suor, promiscuidade e muito movimento de anca. Wegue, wegue!

4. Blind, Hercules and Love Affair
Palavras para quê? Ouçam e tentem não dançar, desafio-vos.


5. A-Punk, Vampire Weekend
Acabou por não ser a minha canção predilecta do álbum mas posso dizer que comprei Vampire Weekend no início do ano conhecendo apenas A-Punk: é isso o poder de um bom single.

Os Melhores Singles de 2008 (6 a 10):

6. Kids, MGMT
O álbum repleto de singles (aconselho o Electric Feel na versão acústica da Katy Perry que podem ver aqui) que animaram muitas noites este verão.


7. Into the Galaxy, Midnight Juggernaughts
Vozes à 70s + sintetizador à 80s + guitarras à 90s = a música mais now do ano. Provocadora e ultra-dançável, das melhores músicas da Austrália para o mundo.


8. Les Artistes, Santogold
A comparação está mais do que feita, revista e usada mas não há melhor maneira de a descrever: Santogold é uma MIA mas sem o background do Sri Lanka. A menina que teve o privilégio de cantar ao lado do Pharell Williams e do Julian Casablancas para o hino da Converse Allstars tem um álbum repleto de músicas dignas de singles mas por ter sido a primeira a sair, deixo-vos Les Artistes.


9. Dawn of the Dead, Does It Offend You, Yeah?
O nome da banda é nada mais do que uma frase dita pelo personagem David Brent num episódio do The Office. O nome do single é o título do mais conhecido slasher movie de sempre. Já a música não tem nada a ver nem com brticom nem com zombies mas é qualquer coisa de delicioso.


10. I Lust You, Neon Neon ft. Cate Le Bon
É o single mais retro de todos: dá quase vontade de fazer uma permanente, usar t-shirts caídas no ombro, enchumaços e Redley sem atacadores. Produzido por duas divindades musicais, os Hot Chip e o Gruff Rhys, dos Super Furry Animals, é um dueto à la Human League que prova que os sintetizadores estão de volta e de que maneira.

Mais uma razão para ter expectativas altas para 2009…

Blikk Fang é o nome do novo projecto que junta Andrew VanWyngarden, metade da dupla dos MGMT e Kevin Barnes, vocalista dos Of Montreal.
É um match made in heaven em que, seguramente, não vai faltar criatividade e loucura em doses suficientes para ser uma das bandas a vigiar no próximo ano.

Monday, 15 December 2008

Os Melhores Singles de 2008 (11 a 20)

11. Creepers, Islands
Absolutamente delicioso, de ouvir em qualquer ocasião a qualquer pretexto. A melhor faixa deste grande álbum.


12. Fools, The Dodos
É remanescente de um algo que já ouvimos e adorámos. Não sei o que é: é uma espécie de Arcade Fire meets Sufjan Stevens com o ritmo de S. Francisco, cidade do duo por detrás deste projecto.


13. I’m Good, I’m Gone, Lykke Li
A menina da voz doce, melodias amargas e letras intrigantes traz uma pop suficiente alternativa para entrar no billboard.


14. Walking on a Dream, Empire of the Sun
aqui falei desta pérola do downunder. É uma espécie de resumo dos melhores álbuns e artistas numa só canção.

15. A&E, Goldfrapp
É impossível ouvir esta música sem ser transportado para uma pradaria numa entardecer quente de verão, tomados de assalto pelo cheiro de relva cortada, o chilrear de pássaros e o som de uma ribeira fria a correr. Aliás, todo o registo de Seventh Tree é zen, doce e quente (veja-se Happiness). Alison em grande.


16. Kim and Jessie, M83
Parece saído directo de uma banda-sonora de um filme dos anos 80, com sintetizadores suavizados pelas influências quentes da Côte d’Azur donde Anthony Gonzalez é originário.


17. 17 years, Ratatat
Um descoberta recente mas que faz jus ao “mais vale tarde do que nunca”. Se algum dia os Beastie Boys se dedicarem à electrónica, o resultado não deve sair muito longe disto: soa a Nova Iorque a cada beat e isso só pode ser bom...


18. Another Day, Jamie Lidell
Tal com o A&E, esta música cheira a verão, a Sudoeste, a soul dos anos 60, a palmas a marcar o ritmo enquanto se abana a cabeça à la Stevie Wonder. Dos singles mais uplifting de 2008.


19. Golden Age, TV on the Radio
O single do álbum do ano para muitos (a maioria) dos experts.


20. Ready for the Floor, Hot Chip
Tenho de admitir que há uns meses atrás esta música teria seguramente uma melhor classificação mas não é propriamente um som que se possa ouvir em loop ou que não canse… Não deixa de ser um dos melhores singles do ano.

Friday, 12 December 2008

And the Oscar goes to…

Trata-se de uma das histórias mais absurdas que ouvi nos últimos tempos.
O actor Daniel Hoevels estava a representar o papel de Mortimer na peça “Maria Stuart”, do Schiller no teatro Burgtheater, em Viena, quando se deu o sinistro incidente. Na última cena em que Mortimer se suicida ao cortar a própria garganta, a ficção passou quase a realidade: a faca “a fingir” foi substituída por uma faca genuína e afiada e o actor fez um corte profundo na garganta e caiu ensanguentado em palco, enquanto o público aplaudia entusiasticamente a actuação e os “efeitos especiais” tão realistas…
O corte não foi fatal, graças a Deus, e o Hoevels sobreviveu mas começa agora uma espécie de CSI Viena – a polícia está a investigar se houve de facto um engano ou se foi uma tentativa de assassínio. Uuuuu, exciting! E depois querem público nos teatros portugueses: com a concorrência a apimentar Schiller com sangue, crime e traição, não há quem resista.

Os Melhores Álbuns de 2008 (1 a 10)

Como prometido, segue o resto da lista:
1. Hercules and the Love Affair, Hercules and the Love Affair

Não sei se é o meu álbum preferido mas é claramente o mais surpreendente e inovador do ano, daí a primeira classificação. A voz do Antony Hagerty sobreposta a uma electrónica viciante ao lado do/a poderosíssimo/a vocalista Nomi, num ambiente dark mas irresistivelmente dançante fazem com que este álbum mereça com toda a justiça a medalha de ouro.

2. Kings of Leon, Only by the Night

Em discordância com as fracas críticas que este álbum recebeu (à excepção da Q que o elegeu álbum do ano), adoro este álbum. Foi provavelmente a mais recente descoberta da lista e digo-vos que estou arrependida de não ter comprado este álbum logo no dia em que saiu. Todas as músicas são fortíssimas, as letras potentes e as batidas, mesmo nas músicas mais calmas, são um shot de adrenalina que mete todas as emoções à flor da pele. E, pequeno pormenor, o vocalista Caleb Followill é deveras – como hei de dizer? – interessante…


3. Flight of the Conchords, Flight of the Conchords

Nunca imaginei dar destaque a um grupo satírico neo-zelandês mas posso dizer-vos que poucas músicas me deram tanto gozo nos últimos anos como as dos FOTC. Fiquei borderline obcecada quando vi a série completa em DVD (ainda me estou a recompor do crush absurdo que tive pelo Bret) mas a verdade é que este duo é composto por dois grandes senhores da música, com melodias bem simpáticas e letras inteligentes. Recomendo vivamente.

4. Vampire Weekend, Vampire Weekend

Foi o álbum que mais vezes ouvi de Março a Agosto. Houve semanas a fio em que só ouvi este álbum, dias a fio em que só ouvi “The Kids Don’t Stand a Chance”. O álbum, apesar de curtinho, é arrumadinho, preppy, bem-disposto e ideal para levantar os ânimos mesmo aos mais desanimados. Peca, no entanto, por ser um estilo que cansa rapidamente. O segundo álbum é que vai ditar o futuro deste quarteto.

5. Fleet Foxes, Fleet Foxes

aqui falei dos vencedores para a Uncut. O álbum de estreia dos Fleet Foxes é o equivalente a um abraço triste mas consolador e ternurento que aquece a alma. Os arranjos são de um detalhe e minúcia que muito fazem lembrar as complexas sobreposições dos Beach Boys, mas a um nível de sofisticação e harmonia que ultrapassa todas as expectativas.
A ouvir em frente à lareira num dia chuvoso.

6. Elbow, The Kid Seldom Seen

Mudei radicalmente de opinião a cerca destes meninos. Quando venceram o prémio da Mercury, derrotando os Radiohead, Burial, Neon Neon e Last Shadow Puppets, achei que este quinteto de Lancashire não estava à altura. Mas entretanto comprei o CD e foi uma revelação absoluta: as músicas são como aquelas gomas ácidas que picam a língua e ardem os olhos mas depois deixam um saboroso gosto adocicado nos lábios. E o facto do Guy Garvey ter uma voz arrepiantemente parecida com a do Peter Gabriel também ajuda à festa.

7. Bon Iver, For Emma, Forever Ago

O alter-ego de Justin Vernon, Bon Iver vem do francês bon hiver – i.e. bom Inverno, uma expressão que retrata perfeitamente a atmosfera e o espírito deste álbum. Isolado de qualquer contacto com o mundo exterior, Bon Iver hibernou durante 3 meses nas montanhas do Wisconsin e compôs este um álbum íntimo, melancólico e solitário: folk, portanto, no estado mais puro.

8. The Midnight Juggernauts, Dystopia

Dos poucos álbuns de música “electrónica” (?) que ouço de princípio a fim, sem passar uma única música a frente e que ouço a qualquer hora do dia. As músicas são todas um bocado parecidas mas como são todas boas, não tem mal repetir. Em equipa que ganha não se mexe, ¿verdad?

9. Joan as a Police Woman, To Survive

É ex-namorada do Jeff Buckley e com isso está tudo dito. Descobri-a há 2 anos no Festival Radar e os duetos com Antony e Rufus Wainright foram das músicas que mais rodaram no meu My Top Rated.

10. MGMT, Oracular Spectacular

Não fosse o Hugo provavelmente não teria dado a atenção devida a este álbum com mais hits e singles do que muitos outros que constam da lista. É sinónimo de verão, de noite, de boa disposição, com sonoridades originais e refrescantes, ideal para correr (a sério, deve haver qualquer coisa no ritmo que ajuda a combater o cansaço e estimula a adrenalina!).

Amanhã segue a lista de singles do ano!

Thursday, 11 December 2008

The year that was…

Aproximamo-nos do fim do ano e com ele vem um sem fim de compilações dos “melhor [o quer que seja] do ano 2008”: o melhor álbum, o melhor filme, o melhor livro, o melhor croquete, a melhor repartição de finanças, a melhor casa de banho pública, o melhor ataque de histerismo da Fátima Campos Ferreira no Pros e Contras… you name it.
Foi um ano com muitos álbuns bons mas poucos álbuns grandiosos: tive muita dificuldade em seleccionar os “finalistas” precisamente por não haver nenhum em particular que se distinguisse ou que eu achasse que fosse melhor do que o próximo.
Para não vos maçar muito e porque o meu poder de síntese deixa muito a desejar, vou-vos largando isto às postas. Amanhã segue o resto!
Os Melhores Álbuns de 2008 (11 a 20)

11. She & Him, Volume One
12. The Last Shadow Puppets, The Age of the Understatement

13. TV On The Radio, Dear Science

14. The Walkmen, You & Me
15. Santogold, Santogold


16. Glasvegas, Glasvegas

17. Islands, Arms Way


18. Ra Ra Riot, The Rhumb Line

19. Neon Neon, Stainless Style

20. Foals, Antidotes

Wednesday, 10 December 2008

High School Drama

Há demasiado tempo que não ia ao cinema por tantas razões mas finalmente quebrei ontem o jejum e de que maneira. Fui ver A Turma de Laurent Cantet, vencedor da Palma de Ouro em Cannes este ano e com todo o mérito. Baseado no livro Entre Les Murs do professor François Bégaudeau, o filme trata sem clichés nem preconceitos mas antes de forma provocadora, espirituosa e comovente a vida de uma turma do 8º ano durante um ano lectivo num problemático liceu parisiense. A meio caminho entre o documentário e a ficção, A Turma é filmado com câmara de ombro, sem qualquer espécie de música ou banda sonora nem sequer tem actores: os alunos são genuínos alunos de escolas francesas, sem experiência prévia como actores, e o protagonista – o professor de francês – é o próprio François Bégaudeau que tem um papel cativante e conduz de forma maravilhosa a turma e o filme.
Fiz praticamente toda a minha escolaridade no sistema francês, designadamente em Paris, e mesmo sem nunca ter estado numa turma tão problemática quanto aquela que é retratada no filme, identifiquei-me com tantos episódios e fui invadida por uma enorme saudade dos meus tempos de liceu: de repente senti o cheiro a giz, a excitação de quando ouvíamos o sino antes do recreio ou – auge do auge – antes das férias grandes, a adrenalina dos recadinhos trocados em segredo, o nervosismo nos corredores antes dos testes… Nunca (ou melhor, ainda não) fui tão feliz quanto o fui na escola: não tenho qualquer trauma e só guardo muitas saudades e ainda mais recordações maravilhosas.
Este filme foi o melhor antídoto para os tempos difíceis que vivo e recomendo a todos – bem ou mal na vida – que vejam este filme apelidado pelo Markl como “Morangos Sem Açúcar”.

Tuesday, 9 December 2008

Le Deuxième Sexe

Sou uma snob musical assumida. Desprezo à partida e sem qualquer fundamento qualquer música ou grupo que sejam minimamente comerciais ou mainstream. Se passa numa rádio que não seja a Oxigénio ou a Radar, nem lhe dou o benefício da dúvida… salvo raríssimas excepções. De vez em quando, engulo o orgulho e abro a alma e os ouvidos aos guilty pleasure.
E o guilty pleasure deste mês é o “If I were a Boy” da Beyoncé.
Admito que nunca jamais confessaria em público “olha, gosto desta música da Beyoncé”, mas este último single da ex-Destiny’s Child é qualquer coisa de grandioso. Há muito tempo que uma música não me surpreendia tanto. A letra e a mensagem do “If I were a Boy” são brutais, cruas, verdadeiras, atormentadas e reveladoras. Expõe-se de uma maneira emotiva o estigma que prejudica as mulheres e beneficia os homens, uma luta com que tantas vezes me deparei.
O teledisco é bastante “self explanatory”. Vejam, rendam-se e comentem.

Wednesday, 3 December 2008

Super Bock em Stock

Não estivesse eu com uma gripe colossal, hoje e amanhã encontrar-me-iam pelo Maxime, Tivoli, São Jorge e Teatro Variedades. Começa hoje o Super Bock em Stock, um mini-festival à la SXSW (à dimensão alfacinha, está claro) que tem um grande cartaz que conta com El Perro del Mar, Santogold, Ladyhawke, Lykke Li e com o meu especial destaque para os Walkmen, os meus nova-iorquinos de estimação.
Aproveite quem não estiver com 39.º de febre e ranho até aos olhos…

Friday, 21 November 2008

Imelda em Londres

Parto logo à noite para Londres onde vou passar as próximas 240 horas (mais coisa menos coisa) abraçada ao meu B’neco do momento, o meu sobrinho Henrique, pelo que não me vai restar qualquer tempo para o B’necas que fica (muito bem) entregue à Peque-nina.
Até Dezembro!

A Vera!


Nasceu ontem, dia 20, pelas 12h56m, um amor...toda muito perfeitinha, muito pequenina (com 2,8 kg), ainda toda encarnada do parto! Os dedos das mãos, os pés, o nariz, tudo......Apaixonei-me por aquela criança no mesmo minuto, acreditem! Não sou tia de sangue, mas é como se fosse, sou tia do coração! Sim estou um bocado lamechas, mas quem não fica, depois de ter uma coisinha daquelas ao colo!

Só tenho uma coisa para vos dizer, hoje, com a Verinha ao colo,  como que comecei a sentir o meu instinto maternal a chamar por mim....ah pois é!!

Mtos Parabéns à Vera e aos  pais -  M&M!

Thursday, 20 November 2008

Extreme Makeover!

Pois é, meus caros leitores, passados quase 8 meses as B’necas, Imelda e Peque-Nina, decidiram por bem mudar o visual do seu blog! Um visual que fosse mais a carinhas das B’necas, ou seja…. mais clean, mais cool e mais móderno!

Quanto ao resto…o espírito, a crítica, a boa disposição, os maus humores e as palhaçadas…continua, e continuará, a ser sempre o mesmo.....ESPECTACULAR!

As B'necas

Wednesday, 19 November 2008

Forget it’s mid-week: just dance!

Já me tinham falado dos Chromeo há uns largos meses mas só recentemente prestei mais atenção a este dynamic duo. Não sei se a influência francesa vem do facto de virem do Quebeque mas estes meninos são uma espécie de Phoenix mais com o sintetizador em full blast. Muito bom, muito eighties, muito dancável, perfeito para levantar os ânimos nesta semana que já vai longa e parece não ter fim à vista…





Tuesday, 18 November 2008

Flor do mar!!!

Flor do Mar é o nome da nova telenovela da TVI. Toda a história de Flor do Mar desenrola-se, na sua maior parte, na Região Autónoma da Madeira aka Pérola do Atlântico. Flor do Mar pretende divulgar as (lindas!) paisagens madeirenses. Flor do Mar pretende, ainda, dar a conhecer, a todo o Portugal, a (espectacular!) cultura madeirense. Flor do Mar está, toda ela, cheia de boas intenções....Pena é que todos os actores sejam, segundo a minha gíria, "cubanos", cujas personagens nem nomes (dos ditos típicos) madeirenses têm! Pior, até podiam ter actores "cubanos", agora...e o sotaque Madeirense?! hein?! Não há pior que ver, nem que seja por dois minutos (como foi o caso, pois não consegui mais!), uma telenovela cujo enredo se passa na minha ilha com "personagens madeirenses" a falar à continental! É que nem a gíria parece que foi estudada.... às tantas, no episódio de hoje, um dos personagens queria fugir à polícia, ou qualquer coisa do género... (Whatever.... o que interessa é a parte do polícia!) Polícia?!? Na madeira, o verdadeiro madeirense - que usa o barrete de orelhas, como era o caso - não diz "o polícia", mas sim "ooo bóoo fiaaa "!!!


Mais, para além de não terem estudado nem o sotaque nem a gíria madeirense, parece que se esqueceram de estudar o mapa da região....nada faz sentido: os filhos de não sei quem (confesso que em 2 minutos não deu para perceber tudo) herdaram terras entre Calheta e o Funchal (ambas na parte SUL) e foram à Madeira, onde ficaram hospedados no NORTE da ilha....Ora, para um(a) Madeirense, ou mesmo para alguém que, não sendo madeirense, conheça bem a Madeira, isto faz todo o sentido!!!!Não faz?!

Porquê?! Nunca ouviram falar nas ditas "clínicas" que os actores, e até mesmo os produtores e autores devem fazer?!?!

Depois ainda nos vêm com os bla bla blas de sempre que o que é nacional é bom! Bullshit!!!!

Tinha que desabafar, estes minutos, que hoje perdi, a ver Flor do Mar fizeram-me muito mal! Acreditem! Pretendo não voltar a ver a dita telenovela e se, por um acaso, voltar a ver...será com o propósito (de vir para aqui) de dizer mal!

Today is Mickey Mouse's B-Day!!!!

Não gosto de ratos, é um facto...mas Mickey não é um rato, ou se preferirem, não é um rato qualquer, é O Rato (dos ratos)! Começou a sua "carreira" com "Steamboat Willie" (1929), mas deve o seu sucesso, também, a outras grandes prestações que teve em "The Band Concert" e "Fantasia"  ...... Mickey tem muito por onde se falar e escolher... mas as minhas prestações preferidas de Mickey ( e dos seus inseparáveis amigos Goofy, Donald, Pluto e a sua mais que tudo Minnie) são "The Camping Trip" , "Hawaiian Holiday" , "Pluto's Party".... eu sei lá, são tantos! (Fora os livros de banda desenhada que, não estou a exagerar, devorava.....a toda a hora!)

HAPPY B-DAY DEAR MICKEY!!!!

O Henrique II (Parte II)

Em vésperas de ir para Londres, ando loucamente a comprar kits para o meu sobrinho. Resisto, luto contra o impulso consumista que me apela a comprar babygrows de 5 em 5 mins mas facilmente cedo... Antes do Henrique nascer, a parte lúdica da net significava ir ver músicas, os jornais online, actualizar as fofocas no facebook e pôr a leitura de blogues em dia. Mas agora as palavras que mais insiro no Google são “cute baby clothes”. Juro-vos. O que comprei (só) hoje:





Quem resiste?!

Thursday, 13 November 2008

Os Gato Fedorento morreram. Viva os Gato Fedorento.

Não gosto de ser retrógrada nem saudosista, tudo tem o seu princípio e fim, mas há coisas que excepcionam a regra do “quando se muda é sempre para melhor”.
Point in case: o programa “Zé Carlos” dos Gato Fedorento. Depois de um Verão de hype, promoção, teasers e muitas expectativas, o novo formato dos Gato Fedorento acabou por ser um enorme flop. Acho que me ri menos vezes com este programa do que com qualquer sketch dos “Malucos do Riso”. Chega a ser confrangedor: sofro de vergonha alheia e esforço-me por tentar ver onde está a piada e não consigo, lamento. O problema é meu, decerto: provavelmente aquilo tem imensa graça e eu é que não atinjo… Mas a verdade é que já fui fã assídua dos Gato Fedorento old school: os bons velhos tempos da SIC Radical e mesmo do "Isto é uma Espécie de Magazine" que já ficava aquém dos primórdios do "Perfeito Anormal": sabia os sketches de cor, até ofereci o primeiro DVD à minha irmã que vive em Londres numa espécie de “toma, mana, isto é o que de melhor se faz por terras lusas”…
Acresce à deterioração dos Gato Fedorento a ascensão de outros programas de humor portugueses que só recentemente me conquistaram.
Um deles é “Os Contemporâneos”: no início, sem nunca sequer o ter visto e vítima do meu próprio snobismo e preconceito, condenei logo o programa e decidi, sem mais nem menos, que aquilo não tinha graça nenhuma. Até que numa bela noite de insónia apanho uma espécie de best of, com direito a bloopers e tudo, e rendi-me por completo. O sketch do chato ou do guarda-redes Ricardo na praia deixaram-me às lágrimas. Ainda não consegui perceber o horário normal daquilo mas já fui apanhando um ou outro episódio aqui ou ali e fiquei devota.
O outro programa é o “Vai tudo abaixo”. Porquê, mas porque é que eu não tinha ligado a isto antes?! Já tinha reparado neles nos pouquíssimos e raríssimos episódios que vi da “Revolta dos Pastéis de Nata” mas só muito recentemente vi o programa deles de princípio a fim. Apesar de ainda ser um processo em evolução (há um ou outro sketch mais cansativo e repetitivo), aquilo tem laivos pura e simplesmente divinos: especial destaque para os junkies Ruce e Reco que são, a par do Bucha e Estica, das melhores duplas que a comédia já viu.
Por fim, descobri no Verão o sublime Bruno Aleixo quando me mandaram o sketch dos conselhos ao Nuno Markl. Percebi então que se tratava de um fenómeno que, até aí, me tinha passado ao lado mas agora junto-me à legião de fãs e digo-vos sem hesitar: Bruno Aleixo é um génio.
Senão vejam:
(Se vocês não se rirem com isto, podem desde já candidatar-se ao título de “Ser Humano Que Sobreviveu Mesmo Sem Coração Nem Cérebro”).






Wednesday, 12 November 2008

You know you’ve hit a low point when…

Terei sido a única pessoa que, no intervalo do SPC vs. FCP do passado Domingo, ficou boquiaberta ao ver o anúncio de uma cadeia de supermercados protagonizado pela “Popota”, um boneco animado de um hipopótamo que recria várias cenas míticas do cinema: a proa do Titanic, o hangar de Casablanca ou ainda o célebre twist do Pulp Fiction. Medo, muuuuito medo… Mas a pièce de résistance é quando se anuncia “o dueto do ano!” para a época natalícia. Brace yourselves! Depois de Peter Gabriel & Kate Bush, Freddy Mercury & David Bowie, Jane Birkin & Serge Gainsbourg ou Eminem & Dido, eis o melhor e mais improvável dueto de sempre: Popota featuring Tony Carreira. Infelizmente, a Popota deve ter uma editora e um agente muito ciosos porque ainda não consegui descobrir o dito dueto na net mas fica aqui o teaser: de fazer crescer água na boca…

Tuesday, 11 November 2008

"A pouco e pouco"

....é o nome da música, de José Cid, que hoje aqui vos trago!

Bem sei que a minha, queridíssima, co-blogger ODEIA, mas é que odeia mesmo, José Cid! (por isso perdoa-me qualquer coisinha, Imelda!)

Já eu, confesso, divirto-me, e muito, com algumas músicas dele...temos desde "Cai neve em NY" (aqui, e para aqueles que nunca ouviram falar, tenho pela versão inglesa - "It's snowing in NY" - um grande carinho! se algum dia tiverem oportunidade oiçam!).....até ao "Ontem, hoje e amanhã", passando pela "Cabana" até chegar, aquela que é das músicas com uma letra mais profunda que conheço.... "Como o macaco gosta de banana, eu gosto de ti!"

José Cid, o nosso Elton John, tem músicas que nunca mais acaba!É verdade! Mas, o que é que esta - "A pouco a pouco" - tem assim de tão especial para eu lhe dedicar um post, inteirinho!?!

(Para além do videoclip) A Letra! A letra é uma coisa boa demais!!! Não percam! O momento auge vai do minuto 1:22  ao minuto 1:33...... é todo um dialogo, entre José Cid e uma Amiga, a não perder! No fundo, com isto José Cid ensina-nos a construir um grande amor ( "com coisas tão pequenas e banais")....... ensina-nos, nomeadamente, que não há melhor resposta, e declaração de amor, a  um "Não sei viver sem ti, Amor/ Não sei o que fazer....." que " Faz-me favas com chouriço/O meu prato favorito/Quando chego p'ra jantar /Quase nem acredito....."

E porquê estar aqui a engonhar, quando, num abrir e fechar de olhos, podem ter  as melhores "favas com chouriço"!?!



Monday, 10 November 2008

Bilhardice!!!

Just a quick post to let you know what Bilhardice means!!!

Pois bem, bilhardice é uma conversa tida entre dois ou mais bilhardeiros; e bilhardeiros são aqueles que gostam muito de bilhardar!

Perceberam?!? Fácil!

PS: para o caso de não terem percebido o verdadeiro significado de "bilhardice"...cliquem aqui!

Há dias e dias.......



E o dia de hoje é, sem sombra de dúvida, um desses dias…..

Estou num dia não! Não me apetece falar, não me apetece comer, não me apetece ouvir, não me apetece rir, nem chorar…a vontade para trabalhar essa nem se fala e escrever também não….. Resumindo e concluindo, o NÃO hoje impera! (No!No!No!)

Não sei bem porquê?!!!....Mas acho que o facto de ser segunda-feira, de me ter arruinado todinha no fim-de-semana, de já não ter 20 anos e de já não aguentar, na perfeição, as mil e uma coisas a que me proponho fazer (e faço!) no espaço das 48 horas que perfazem um fim-de-semana….. ajuda e muito! Que merd######

Queria tanto uma coisinha boa para me animar o dia...e olhem que não estou muito exigente! Uma “bilhardice”, como se diz na minha terra, fazia maravilhas! Falar da vida alheia e, se possível, mal…uíiiiii fazia maravilhas! Sinto-me intoxicada e preciso de me “limpar”…. E, que melhor que dizer mal para desintoxicar?!?!

É como vos digo…. Hoje, toda eu, sou não!!!

Hoje no Santiago Alquimista…

… os Ra Ra Riot, uma espécie de The Shins meets Arcade Fire. Estes quatro nova-iorquinos foram uma das revelações do South By Southwest do ano passado e já passaram por Paredes de Coura: na altura porque nem sabia quem eram e só recentemente descobri o álbum de estreia The Rhumb Line, do qual destaco o belíssimo Can you tell:

O bom guarda-redes ao relvado retorna

Num jogo impróprio para cardíacos e com uma arbitragem chocantemente incompetente, o grande destaque vai para Helton que sai finalmente do banco para exibir grandes dotes no relvado e salva assim a honra do Porto, deixando de fora da corrida o campeão em título da Taça.No meio de uma maré de episódios mais complicados da minha vida, finalmente já tenho o conforto de poder dizer “ao menos o FCP vai-me dando algumas alegrias!”.

Friday, 7 November 2008

“My parents had a great deal of trouble with me, but I think they enjoyed it”, Mark Twain

Os meus pais fazem hoje trinta e três anos de casado.
Trinta e três anos é muito ano mas lá se aguentam, lá se aturam, lá se amam, lá vencem os obstáculos que se colocam na vida de qualquer pessoa e, ainda para mais, de qualquer casal junto há mais de três décadas.
Não posso dizer que os meus pais têm o casamento perfeito mas são, aos meus olhos, uns pais perfeitos. Não me cabe a mim comentá-los enquanto marido e mulher mas posso dizer que no papel de Mãe e Pai não podiam ter sido melhores. Pode parecer presunçoso mas acredito piamente que não há pais melhores que os meus. Pode haver uns igualmente bons, mas melhor é impossível. Já estraga: é como uma sobremesa demasiado doce, um caril demasiado picante, uma laranja demasiado amarga, uma papa Cerelac demasiado espessa ou demasiado líquida. Os meus pais têm tudo, qualidades e imperfeições, na medida certa. São a papa Cerelac com uns grumos de pó que explodem na boca mas com uma consistência que tem de ser comida à colher e não com garfo e faca.
A minha Mãe deixou de trabalhar para que a minha irmã e eu tivéssemos a melhor vida possível; o meu Pai trabalhou imenso para que a minha irmã e eu tivéssemos a melhor vida possível. Não tive tudo o que quis (ainda sou capaz de jurar que cabia perfeitamente um pónei no meu quarto…), mas tive tudo o que precisei. Mesmo ao fim de 7 anos a viver sozinha e longe deles, ainda não me habituei à ausência e sofro dolorosamente de saudades.
Não sou uma filha fácil: fui uma criança irrequieta, uma adolescente indisciplinada e sou uma adulta inconformada mas nunca, por um segundo que fosse, deixei de sentir o amor e orgulho dos meus pais e, por isso e por tantas outras razões, amo-os incomensuravelmente.
Happy anniversary!

Thursday, 6 November 2008

Até que enfim!

Foi preciso chegar ao 13.º jogo da temporada para derrotar o azar mas lá aconteceu: o grande FCP voltou às vitórias e ontem, apesar da exibição modesta da equipa, voltei a apaixonar-me pelo Raul Meirelles que, mesmo sem ter marcado os golos da vitória e ter voltado a rematar ao poste, foi o melhor em campo. Raul, amigo, ainda vais ter de arranjar espaço para uma tatuagem com o meu nome nesse teu corpinho. Ai vais, vais…

Wednesday, 5 November 2008

Kalemba

Ando obcecada com esta música desde o concerto dos Buraka no Alive este verão. Confesso que achei o “Black Diamond” um álbum cansativo e que funciona muito melhor num formato ao vivo mas esta música é absolutamente viciante. É impossível não ter uma vontade urgente de dançar: a anca começa a menear incontrolavelmente, os ombros a bambolear, de repente parece que sentimos o calor de Angola e a humidade das noites quentes do Mussulo.
Garanto-vos que o ritmo quase lascivo do kuduro funciona muito melhor do que café me manter acordada nesta (já) longa semana mal dormida. Experimentem:

That Liberty Ring!!!!


28 de Agosto de 1963, Martin Luther King Jr., líder da luta pelos direitos cívicos da comunidade negra norte-americana, diz à America, e ao mundo, ter um sonho......um sonho de uma América Livre. O sonho de uma América onde, os seus filhos, "não fossem julgados pela cor da sua pele, mas pela qualidade do seu carácter"...o sonho de uma América Igual!

....ontem esse sonho concretizou-se....., finalmente, a América e o Mundo, viram chegar o "revigorante Outono da Liberdade e Igualdade" !!!

Barack Obama, 44.º Presidente dos Estado Unidos da América!

Alleluia! That Liberty Ring!


Fired up! Ready to go!

O maior triunfo destas eleições ter-se-ia verificado quem quer que fosse o vencedor: acabou-se a era Bush. Entre tantas coisas positivas que representa a vitória do Obama, tenho de destacar esta em primeiro lugar. A primeira potência mundial vai deixar, finalmente, de ser governada por um acéfalo troglodita disfarçado de texano que está constantemente de férias à custa dos contribuintes americanos (um cliché, é certo, mas não deixa de ser verdade).
Mas a vitória de Obama é também a derrota do racismo e do preconceito. A vitória de Obama é a derrota de Sarah Palin, mais do que o já decrépito McCain. A vitória de Obama é a esperança, não só da América, mas de todo o mundo que, infelizmente, acaba sempre por estar à mercê dos EUA (prova disso é a crise do subprime). A vitória de Obama é a derrota da beligerância. A vitória de Obama é hoje, para mim, nos tempos conturbados que vivo e com que sofro, uma réstia de alento que ainda vale a pena acreditar. Agora é esperar que Obama consiga atingir as elevadíssimas expectativas que ele próprio criou em todos nós. É acreditar na mudança que ele promete. Muda o presidente, muda a América e muda o mundo e, esperemos, que seja para melhor.

Monday, 3 November 2008

E para matar saudades de Buenos Aires...

...hoje vou à Culturgest ao concerto do Cristobal Repetto, a grande promessa do tango argentino desde Gardel. A voz é no mínimo invulgar, os poemas cantados fazem dos melhores retratos dos Porteños e são de fazer chorar as pedras da calçada. Se fechar os olhos, posso sempre fingir que estou no Tortoni, a comer uma media luna entre dois passos de tango.

It don't matter if you're black or white... or does it?

Friday, 31 October 2008

E porque é Halloween... falemos do Natal!

No passado fim-de-semana dei por mim, de sandálias e manga curta, entre pinheiros com bolas douradas, renas e azevinho. WTF?! Eu tinha acabado de gozar um dia glorioso no Guincho e de repente entre numa twilight zone que parecia a Lapónia a sofrer os efeitos extremos do aquecimento global. Então não é que as decorações de Natal já estão a invadir a cidade com a antecipação pornográfica de 2 meses?! É deprimente. Não quero cair no cliché do “ai, o Natal já não é o que era”, “eu gosto de dar presentes espontaneamente, não é à força no Natal” e “as pessoas já nem sabem o que há de verdadeiramente importante no Natal, só ligam ao lado material e consumista”…
Mas a verdade é que, efectivamente, o Natal já não é o que era. Para já, não acredito no Pai Natal e isso tira logo a piada toda à festa. Depois, já não conseguimos juntar a família toda: a minha irmã e primos já estão casados e há sempre uns tantos que vão passar o Natal com os respectivos e lá se vai o tempo em que éramos 15 crianças hiperactivas e incontrolavelmente excitadas na “mesa dos miúdos” (a toalha que não é de linho, o serviço que não é Vista Alegre mas sim o de cozinha do dia-a-dia, os copos que já foram recipientes de Nutella ou mostarda).
E também é verdade que detesto a pressão de ter de comprar não-sei-quantos presentes de Natal. Sou generosa e adoro dar presentes. Se vejo uma coisa que me faz lembrar alguém, compro e ofereço, sem ter de esperar por uma desculpa. Mas detesto fazer compras em geral e com a minha preguiça e organização deixo sempre essa penosa tarefa para 23 à noite ou mesmo 24 de manhã. O pior no meio disto tudo é que a minha irmã, aka. a Fada do Presente de Natal Perfeito, dá sempre a oferenda acertada e os meus pais já nem sequer disfarçam a desilusão quando recebem, no quarto ano consecutivo, um livro ou CD.
E é ainda verdade que, sendo católica praticamente, me entristece o completo desprezo que se tem hoje em dia pelo que significa verdadeiramente o Natal.
Maaaas!
Posto isto e já que “if you can’t change them, join them”, já ando a pensar nos presentes de Natal e deixo-vos com o meu desejo material (que só vem a seguir a todos os espirituais e altruísta, está claro!): este “radiofonografio” absolutamente de morrer da nova colecção da ultra-cool marca italiana Brionvega. Até choras!

Maratona Musical

Começa ontem a maratona de concertos das próximas semana e já estou podre! Róisín Murphy inaugurou da melhor forma, segue-se Gilles Peterson e Ebony Bones hoje e amanhã na MusicBox, Cristobal Repetto 2ª, Ladytron 3ª, Fat Freddy’s Drop 6ª, Joan as a Police Woman no Domingo, Sigur Rós na 3ª e Cut Copy na 5ª. Uffff!
De fazer crescer água na boca:


A Lei de Murphy

Sem ter sido tão bom quanto a bênção divina que foi o concerto do Alive, Róisín Murphy voltou a provar no (sempre desajustado e desconfortável) Coliseu que da Irlanda há muita coisa boa para além da Guinness e do James Joyce.
A voz é cristalina e límpida, as canções são inovadoras, provocatórias e delirantes e o guarda-roupa faz parecer que a Carrie Bradshaw se veste na Pimkie. Digo-o sem pudor: Róisín Murphy é a mulher com mais pinta do mundo.
A apontar de menos bom foi o Coliseu em si (a sala de espectáculo com pior acústica do mundo que me pasma ainda existir), o interregno metal goth a meio do concerto (wtf?!) e a falta de músicas novas: para quando o novo álbum, hein Róisin?!
Os pontos altos foram Moviestar e Ruby Blue que aguentaram umas potentes remisturas e puserem mais gente a dançar que qualquer DJ por esse belo mundo fora e ainda o delicioso cover de "Slave For Love", do Bryan Ferry.
Róisin despediu-se com a promessa de voltar a Lisboa um dia e deixo eu aqui também a minha de promessa de que nesse dia… lá estarei!

Thursday, 30 October 2008

Don't quit your day job

Foi com tristeza, consternação e pesar que li que Joaquin Phoenix vai deixar o cinema para se dedicar à música.
Poooorquêêêê?!
Sou uma ávida fã do Joaquin Phoenix e não fazia ideia que ele tinha uma coisa digna de se intitular “carreira musical”. Sabia que ele dava uns toques na guitarra e cantava aqui e ali, sobretudo depois do sucesso de “Walk the line” mas daí a ter uma “carreira”…
Só me fica a esperança de que a tal dita “carreira” tenho o sucesso devido que justifique uma digressão mundial com passagem por Lisboa, de preferência num palco bem intimista, tipo Santiago Alquimista, para nos podermos encontrar, apaixonar e daí nascer uma linda história de amor…
Num cenário mais realista, resta-me esperar, entre lágrimas e suspiros, pelo “Two Lovers”, que só vai estrear por terras lusas em 2009.

Tuesday, 28 October 2008

Fat Freddy’s Drop

Já ando em estágio para o concerto de dia 7: ouçam e deliciem-se.

O Henrique (Parte I)

Nasceu há 15 dias o ser que, neste momento, é-me mais querido no mundo inteiro. Choro de saudades sem sequer o ter conhecido, acho-o lindo e perfeito a julgar por uns míseras fotografias e tenho mais amor por ele do que por qualquer outra pessoa sem nunca o ter visto.
Apresento-vos o meu sobrinho Henrique, aka. Quique. Está em Londres e só o vou visitar no final do próximo mês. Faltam precisamente 592 horas… passa a correr.