Friday, 7 November 2008

“My parents had a great deal of trouble with me, but I think they enjoyed it”, Mark Twain

Os meus pais fazem hoje trinta e três anos de casado.
Trinta e três anos é muito ano mas lá se aguentam, lá se aturam, lá se amam, lá vencem os obstáculos que se colocam na vida de qualquer pessoa e, ainda para mais, de qualquer casal junto há mais de três décadas.
Não posso dizer que os meus pais têm o casamento perfeito mas são, aos meus olhos, uns pais perfeitos. Não me cabe a mim comentá-los enquanto marido e mulher mas posso dizer que no papel de Mãe e Pai não podiam ter sido melhores. Pode parecer presunçoso mas acredito piamente que não há pais melhores que os meus. Pode haver uns igualmente bons, mas melhor é impossível. Já estraga: é como uma sobremesa demasiado doce, um caril demasiado picante, uma laranja demasiado amarga, uma papa Cerelac demasiado espessa ou demasiado líquida. Os meus pais têm tudo, qualidades e imperfeições, na medida certa. São a papa Cerelac com uns grumos de pó que explodem na boca mas com uma consistência que tem de ser comida à colher e não com garfo e faca.
A minha Mãe deixou de trabalhar para que a minha irmã e eu tivéssemos a melhor vida possível; o meu Pai trabalhou imenso para que a minha irmã e eu tivéssemos a melhor vida possível. Não tive tudo o que quis (ainda sou capaz de jurar que cabia perfeitamente um pónei no meu quarto…), mas tive tudo o que precisei. Mesmo ao fim de 7 anos a viver sozinha e longe deles, ainda não me habituei à ausência e sofro dolorosamente de saudades.
Não sou uma filha fácil: fui uma criança irrequieta, uma adolescente indisciplinada e sou uma adulta inconformada mas nunca, por um segundo que fosse, deixei de sentir o amor e orgulho dos meus pais e, por isso e por tantas outras razões, amo-os incomensuravelmente.
Happy anniversary!

1 comment:

  1. Parabéns tios!
    E dêem lá o pónei à miúda!

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