Em nome da Rosa (Chá)

Com o verão à espreita, o que não vou querer mesmo à espreita do meu biquini são aqueles malvados pneus que insistiram em ficar depois dos 43 sonhos que petisquei – seguidos – no Natal ou do folar que despachei inteirinho na Páscoa, já para não falar nos “refrescos” que uma pessoa bebe aí na noite…
Com o meu Rosa Chá tamanho zero em mente (não havia maior, estava de saldos…), lá voltei estoicamente ao ginásio.
Ao fim de cinco míseros minutos na passadeira já estou roxa, a hiperventilar, a suar desenfreadamente e penso “Porra, mas porque é que eu estive tanto tempo sem vir?! Estou um caco”. Desisto então de ser a minha própria personal trainer e vou antes a uma aula.
Eu até sou uma morning person, acordo bem disposta e com energia q.b. Mas aquela gente é doente… Eu tenho para mim que os professores do ginásio dormem com uma intravenosa de Red Bull e pastilham-se antes das aulas: é que às 7h20 já estão freneticamente aos pulos e berros “Bora lá, malta!” ou “Bora lá, gente!” (as duas únicas variantes), sempre ao som do último êxito do NOW 99 remisturado por um DJ do calibre de Scooter.
Recomendo especialmente uma aulinha de Body Combat em que o professor insiste que se vocifere um animalesco “uuuu!” a cada murro ou pontapé desenfreado no imaginário vilão. Mas o melhor ainda são os próprios alunos, aqueles acérrimos que não faltam a uma aula, sabem os nomes dos professores, as músicas todas de cor e nunca se enganam na coreografia (eu, pelo contrário, tenho de ver se o meu cérebro não está virado do avesso porque viro sistematicamente para a esquerda quando é para a direita e vice-versa). Estão vestidos a rigor com calças camufladas, luvas de combate e fita na cabeça. Há uns então que só falta o risco cor de tropa debaixo dos olhos! Mas será que ninguém os avisou que, na realidade, não há luta nem adversário nenhum? que não se trata de outra coisa senão de uma aula de aeróbica, só que com um nome (supostamente) mais modernaço: “ah, é em estrangeiro: então deve ser espectacular!”
Depois da aula, com a cabeça a latejar tanto quanto os abdominais, sigo para o balneário, aquela zona twilight indescritível. Sei que nem toda gente é pudica e tímida como eu, mas aquelas mulheres que andam ali a passear nuas no balneário é insuportável por demais! Eu não tenho de as ver nuas, a secar o cabelo, à conversa com a amiguita, também ela despida! E senhores leitores, não se entusiasmem porque são sempre as flácidas gorduchas que se pavoneiam que nem Evas Herzegovinas! Haja dó!Mas vou continuar a ir. E vou caber no meu Rosa Chá: já disse que é tamanho 0? E que estava a metade do preço?!