Friday 18 July 2008

46664

Faz hoje anos o senhor com as camisas mais feias do mundo.

Também é conhecido por ter sido presidente da África do Sul, Nobel da Paz, líder do movimento anti-apartheid e um dos maiores ícones da luta pela liberdade nos tempos que correm. Nelson Mandela, cujo aniversário se tem vindo a celebrar com inúmeras festividades, concertos e angariações caridosas há um mês, faz hoje 90 anos.
Vivi na Cidade do Cabo de 1984 a 1988 e, nessa altura, Mandela, considerado um terrorista aos olhos do governo de então, cumpria uma pena perpétua com o número de preso 46664 que é hoje tão célebre quanto o próprio Mandela.
Apesar de muito nova e não ter ainda consciência do enquadramento historico-político que vivia, ainda me recordo dos flyers e cartazes do ANC, das imagens dos conturbados shanti towns, de ouvir inglês na escola mas Xhosa, Zulu, Swahili e Afrikaans em todos os outros sítios.
Nunca mais voltei à África do Sul. Por um lado, apetece-me guardar as memórias quentes e doces que guardei da minha terna infância, sem ter de encarar um país pobre, destruído pela SIDA e pelos massacres urbanos de Joanesburgo e não só. Mas, por outro lado, sempre que ouço o Nkosi Sikelel' iAfrika ou tão só o Graceland ou quando vi o In My Country e ainda quando há tempos reli o Cry, My Beloved Country, pensei “Tenho de regressar”. Nem que seja só ao Cabo e ao Kruger Park. Nem que seja para o centenário do Mandela.

Let freedom reign. The sun never sets on so glorious a human achievement”, Nelson Mandela.

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