Sempre fui adepta de desporto e os jogos olímpicos de verão sempre foram para mim uma emoção. Nas modalidades femininas adoro ver a ginástica rítmica (reminiscente da minha infância) e a natação sincronizada. Já nas modalidades masculinas prefiro a natação, os mergulhos e a ginástica artística (os meninos nas argolas e barras paralelas, ui! e os nadadores com as suas lindas costas, altos e espadaúdos! Mas vejo só pelo desporto, está claro…). Lembro-me de ter visto, em pleno calor alentejano com o meu primo, às tantas da manhã, a Fernanda Ribeiro ganhar a medalha de ouro em Atlanta e os meus pais contam a emoção que foi ver o Carlos Lopes ganhar a primeira medalha de ouro de sempre para Portugal.
Os Jogos Olímpicos de Pequim começam amanhã, dia 08/08/08 às 8:08 da noite. Diz que dá sorte, o número 8… É sempre bom quando um evento internacional desta dimensão é determinado por uma superstição de um povo. Começa logo bem! A verdade é que não estou minimamente entusiasmada com este JO. Não querendo ser pretensiosa ou armar-me em humanista justiceira, acho, sinceramente, que é muito difícil deixar de lado as questões de índole política e de consciência nestas olimpíadas. Reconheço que a China é das maiores civilizações do mundo, que temos muito a agradecer ao povo chinês ao longo de toda a História – desde a pólvora, ao fogo-de-artifício, a passar pela seda e o ábaco, sem esquecer os dizeres do Confucius e as boutiques com bens de primeira necessidade a preços e qualidade de última – e não digo que não a um belo pato-à-Pequim, com um crepe de entrada e gelado frito de sobremesa… Mas a terra do Jackie Chan é também um regime totalitarista, violento, militar e retrógrado, que viola praticamente todos os princípios básicos de direitos humanos, e dono de nível tóxico de poluição como resultado directo da alarve sobre-exploração económico-industrial. A questão do Tibet também é um turn-off, admito-o.
A verdade é que muita coisa mudou desde os tempos da Grécia Antiga, quando os jogos eram uma celebração e tributo aos deuses, e desde o pós-guerra, quando os jogos foram reinstituídos como uma mensagem de esperança, irmandade e paz. Aceito que ainda hoje os JO representam uma oportunidade única para os atletas, mas os interesses financeiros e políticos sobrepõem-se a qualquer outro e deixo aqui o meu protesto – por muito insignificante que seja.
Thursday, 7 August 2008
Quando pistas de atletismo são feitas em sweatshops…
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