O que é que a Imelda tem em comum com a Cate Blanchett, Tim Roth, David Byrne, Robert Zemeckis e George Lucas? Pois é! Todos nós fazemos hoje anos!
E numa de “toma lá uns fait divers e não digas que vens daqui”, fiquem sabendo que também neste dia Luis XIV subiu ao trono e morreram Rita Hayworth e Sidney Bechet.
Quando era mais nova, o meu dia de anos era o dia mais emocionante e importante do ano. Nem sequer o Natal ou o último dia de aulas antes das férias grandes se comparavam ao meu aniversário. Tinha carta branca nas altercações com a minha irmã, tendo o trunfo do “mas hoje faço anos!” e era eu que ficava com a melhor Barbie ou com o comando da televisão. Os meus pais apaparicavam-me o dia todo, o jantar era o meu prato favorito (acho que nessa altura era uma ementa sofisticadíssima como esparguete à bolonhesa ou panados…). Enfim, era todo um dia dedicado inteiramente à minha pessoa que, desde a mais terna idade, tem esta necessidade de afecto e atenção: uns chamam a isso carência, eu prefiro chamar-lhe “carisma”…
Mas a partir da adolescência passei a odiar fazer anos. Odeio. Nem sequer posso dizer que é um dia como outro qualquer: passa da indiferença para a angústia. Sofro do sindroma Dorian Gray: aterroriza-me envelhecer. Acho que prefiro ouvir um qualquer hit da Céline Dion a ter de aguentar mais um ano a letra dos “Parabéns a você”. E porque não “parabéns a ti”? Estes são os meus amigos e família que, de repente, ficam com cerimónias e formalidades e passam a tratar-me por você?! Haverá maneira mais subtil de dizer “estás tão velha que já nem sequer és digna da segunda pessoa do singular e tens de passar ao tratamento das pessoas de 3ª idade”?
Mas, verdade seja dita, há que concordar com o Maurice Chevallier que dizia “old age is not so bad when you consider the alternatives”…
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