Faço hoje 27 anos. Vinte e sete anos. V-i-n-t-e e s-e-t-e! Confesso que ainda não me mentalizei, ainda não me habituei à ideia. Quando me perguntam a idade, dou por mim a pausar e a pensar antes de responder e, vezes sem conta, ainda me engano e digo que tenho 23 (um equívoco genuíno, juro!).
A partir dos 25 anos, a idade já não vale por si: o ponto de referência passa a ser os trinta e, em vez de termos 26 anos, estamos a 4 anos dos 30. Na verdade, hoje não digo “faço 27 anos” mas antes “estou a apenas 3 anos de fazer 30”.
E é nessa perspectiva que tenho vivido: daqui a 3 anos faço 30 anos. Tenho, por isso, 3 anos para queimar os últimos cartuchos e fazer toda as asneiras que deixam de ser aceitáveis quando passar a barreira dos trinta: é como as vésperas de dietas, em que se come bolachas, boiões de Häagen Dazs e chocolate como se não houvesse amanhã, porque esse tal de amanhã vai ser vivido apenas a legumes a vapor. Tenho de aproveitar agora para sair à noite e não ter vergonha de voltar a casa já o sol vai alto, tenho de aproveitar para ter lata de usar o que me apetece ou fazer birra porque “não tenho nada para vestir!”, jantar Papa Cerelac, gastar um ordenado num par de sapatos e ficar sem dinheiro para as contas e pagá-los com multa fora do prazo, ficar a ver séries até às tantas da manhã e vir trabalhar com uma enxaqueca do dia a seguir, deitar-me ao sol em pleno verão das 11h às 16h sem protector solar e comer um menu completo do McDonalds sem ter de passar os oito meses seguintes a pão e água.
Não é preciso ser um génio para perceber que esta não é a melhor técnica para avançar na idade. Aliás, é possivelmente a pior. O lema do carpe diem só funciona mesmo no Clube dos Poetas Mortos e nem aí: o professor acaba por ser despedido e o protagonista suicida-se. Não se pode dizer que seja propriamente o final feliz. A verdade é que, tal como a dieta não funciona melhor se emborcarmos 40 quilos de gomas na véspera do Dia D, também não se envelhece melhor se vivermos abusivamente a nossa “juventude” (os 20 ainda são considerados juventude?).
Li no outro dia num artigo autobiográfico intitulado “Turning 30: Only Adults Allowed”, da escritora americana Sloane Crosley, uma frase que me fez pousar a revista no colo e pensar “caramba, é isto mesmo”, que agora vos deixo:
A partir dos 25 anos, a idade já não vale por si: o ponto de referência passa a ser os trinta e, em vez de termos 26 anos, estamos a 4 anos dos 30. Na verdade, hoje não digo “faço 27 anos” mas antes “estou a apenas 3 anos de fazer 30”.
E é nessa perspectiva que tenho vivido: daqui a 3 anos faço 30 anos. Tenho, por isso, 3 anos para queimar os últimos cartuchos e fazer toda as asneiras que deixam de ser aceitáveis quando passar a barreira dos trinta: é como as vésperas de dietas, em que se come bolachas, boiões de Häagen Dazs e chocolate como se não houvesse amanhã, porque esse tal de amanhã vai ser vivido apenas a legumes a vapor. Tenho de aproveitar agora para sair à noite e não ter vergonha de voltar a casa já o sol vai alto, tenho de aproveitar para ter lata de usar o que me apetece ou fazer birra porque “não tenho nada para vestir!”, jantar Papa Cerelac, gastar um ordenado num par de sapatos e ficar sem dinheiro para as contas e pagá-los com multa fora do prazo, ficar a ver séries até às tantas da manhã e vir trabalhar com uma enxaqueca do dia a seguir, deitar-me ao sol em pleno verão das 11h às 16h sem protector solar e comer um menu completo do McDonalds sem ter de passar os oito meses seguintes a pão e água.
Não é preciso ser um génio para perceber que esta não é a melhor técnica para avançar na idade. Aliás, é possivelmente a pior. O lema do carpe diem só funciona mesmo no Clube dos Poetas Mortos e nem aí: o professor acaba por ser despedido e o protagonista suicida-se. Não se pode dizer que seja propriamente o final feliz. A verdade é que, tal como a dieta não funciona melhor se emborcarmos 40 quilos de gomas na véspera do Dia D, também não se envelhece melhor se vivermos abusivamente a nossa “juventude” (os 20 ainda são considerados juventude?).
Li no outro dia num artigo autobiográfico intitulado “Turning 30: Only Adults Allowed”, da escritora americana Sloane Crosley, uma frase que me fez pousar a revista no colo e pensar “caramba, é isto mesmo”, que agora vos deixo:
“Maybe the trick to 30 is to stop waiting for signs of adulthood when you’re standing dead smack in the middle of it”.
Que se lixe o Prof. Keating. Que se lixe o “seize the day”. Não é o dia que é preciso agarrar: é a vida. E a vida não é para ser gasta: é para ser vivida! Mai’ nada!
Ah, e parabéns a mim!!
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