A prosa é do melhor: tem o dom da palavra, da escrita, da lábia. Mas este António não é o Lobo Antunes, o Aleixo ou o Gedeão.
É melómano, com um gosto implacável e sempre em cima dos acontecimentos musicais. Mas este António não é o Variações, o Pinho Vargas nem o Chainho.
É cinéfilo e fez disso curso e carreira. Mas este António não é o Banderas nem o Minghella.
Tem um sentido de humor subtil e arrasador. Mas este António não é o Silva.
Conhece os mundos e submundos sociais. Mas este António não é o Soprano.
Este António é meu primo e dono do sensual, inteligente e espirituoso blogue Cálssio (do meu ócio).
Escreve sem filtro nem segredos. Ali não há anonimato para ninguém. Não há off the record ou off limits, não há privado nem público. Desde o cão, os irmãos, os affaires, amigos, vizinhos e desconhecidos: ninguém escapa. O Lynch é obsessão que não passa despercebida (desde o cabeçalho aos posts). Muito na égide do blogue do André Murraças, é um diário que quase nos sentimos voyeurs ao lê-lo mas acaba por ser mais prático de que uma Time Out ou o Disco Digital: ficamos a par de todas as actualidades nacionais e internacionais. Os textos, o design e as imagens são arte, uma festa para os olhos e para a mente que consulto todas as manhãs na minha “ronda p’la net porque tenho de queimar pelo menos meia hora do meu dia a sorver um café enquanto ganho coragem para trabalhar”.
E porque já estava a dever esta reverência há muito tempo no espírito do «“não, tu é que és espectacular”, “não, tu é que és”», exorto-vos a deixarem o António tratar da vossa osteoporose intelectual.
Thursday, 26 June 2008
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