Fechei o ano passado sem ter cumprindo aquilo que já vem a ser uma tradição do Evil Twin (e de todos os blogues, sites, revistas, jornais, etc.): a lista dos álbuns do ano que findou que acho serem merecedores de destaque e aplauso.
Reconheço que desta vez (e talvez também o terá sido acidentalmente das outras) a lista é altamente previsível e, vá, fraquinha até: vai seguramente haver muito bom leitor que discorde. Já vos ouço exclamar "Falta o High Violet dos The National!" ou "Como é que não estão aqui os Black Keys!?" ou "Um best of 2010 sem Ariel Pink não faz sentido!". Pois, meus caros, aceito os vossos insultos mas há uma razão muito simples e perfeitamente válida: há por aí muito bom álbum que ainda não ouvi. Este ano tive de descurar a minha melomania. Para fazer esta lista e lembrar-me de qual foi a banda sonora do ano que passou, fui ao meu histórico da Amazon e dei de caras com a minha wishlist onde estão nada mais nada menos do que 37 álbuns à espera de serem comprados e escutados. O orçamento está curto este ano e anseio pelos used like new a preço da chuva dos álbuns dos Spoon, Lightspeed Champion, Frightened Rabbit, Ra Ra Riot, Matthew Dear… The list goes on and on...
Ainda assim, tradições são tradições e deixo-vos por isso, sem ser em nenhuma ordem particular, os álbuns que marcaram o meu 2010.
Beach House, Teen Dream.
Já tinha ficado a aguar quando vieram tocar na edição de 2009 do Super Bock Em Stock, num Coliseu à cunha, e comprei o álbum mal saiu. É um disco que tem tudo a ver comigo: a voz melosa e inquietante de Victoria Legrand, as baladas feéricas, as letras desconcertantes... O Used To Be será seguramente o single que mais tocou este ano. E continuo sem me fartar.
Kings of Leon, Come Around Sundown.
Gosto desta banda por razões sentimentais que ultrapassam a música. O novo álbum não foge muito à fórmulas do Only By The Night que ouvi até à exaustão e continuo a adorar. Sem ser especialmente inovador, é um trabalho mais calmo, mais lírico, mais melódico. E foi um dos concertos do ano. Só por isso, ganha muitos pontos.
Local Natives, Gorilla Manor.
Curioso, ia jurar que este álbum era do ano passado mas o meu mui' fidedigno histórico da Amazon confirma que só o adquiri em Fevereiro. Já aqui vos falei dele: é um álbum que roça a perfeição, com harmonias que aquecem o coração, ritmos que animam a alma, letras rápidas e despretensiosas. Adoro.
Arcade Fire, The Suburbs.
Depois do perfeito Funeral e do imaculado Neon Bible, o último trabalho dos Arcade Fire mantém-se fiel às estruturas e composições anteriores, e ainda bem. Graças a Deus, tive o bom senso de não comprar bilhetes para o espectáculo de Novembro que foi entretanto cancelado: é bem feita para não marcarem concertos no Pavilhão Atlântico.
Caribou, Swim.
O álbum de dança if there ever was one e com provavelmente o melhor single do ano. Tentem ouvir isto sem bater o pézinho.
Orelha Negra, Orelha Negra.
Vergonhosamente, é das minhas descobertas mais recentes mas fiquei absolutamente rendida no concerto do São Jorge e ando a deliciar-me não só com álbum mas com a mixtape. Prova que nem tudo o que é nacional é m*rda e que Sam da Kid, mesmo com mais de 30 anos e a viver em casa da mãe, é o maior.
The Walkmen, Lisbon.
É impossível ficar indiferente a um álbum intitulado em honra da minha cidade. Mas o último trabalho deste quinteto transmite energias inegáveis de outra cidade, a deles, Nova Iorque. Sente-se o lado gritty da Big Apple, com sonoridades que vacilam entre os Velvet Underground e uma banda de mariachi (ouçam o Stranded e vejam lá se não concordam).
Broken Bells, Broken Bells.
Enquanto o novo álbum dos The Shins não é lançado, a voz de James Mercer, acompanhado de Danger Mouse, embalou o meu verão.
Deerhunter, Halcyon Digest.
Se me dissessem que este álbum tinha sido escrito nos anos ´90, acreditava piamente. Despido de artifícios e remisturas, as guitarras sentem-se muito mais, há efeitos de voz que fazem lembrar o Cannonball, o tempo é muito marcado, quase optimista. Um álbum revivalista mas diferente, estranho, e isso é bom.
Bombay Bicycle Club, Flaws.
Não tem nada a ver com o álbum de estreia pelo que se desenganem os que estão à espera de um sucessor de I Had The Blues But I Shook Them Loose. Este é um álbum de uma simplicidade quase infantil, com sonoridades a fazer lembrar os meus queridos Mumford and Sons. Percebo que este álbum tenha sido uma desilusão para a crítica entendida mas eu, sucker de folk que sou, não podia deixar de meter estes londrinos no pódio.
Hot Chip, One Life Stand.
Outro álbum de dança até à última casa e dono de um dos singles que tocou em loop este verão.
Agora, os singles que adorei mas cujos álbuns ainda desconheço.
Aloe Blacc, I Need a Dollar.
Descobri esta música no How To Make It In America mas só soube de quem era já este ano. O álbum Good Things aguarda uma atenta e apaixonada escuta. O single esse, é já do ano passado.
Cee Lo Green, Fuck You.
É o single do ano passado e parece que o álbum não fica nada atrás: há que escutar a ver se o redime de ter tido a filha a participar num My Super Sweet Sixteen...
Mark Ronson feat. Boy George, Somebody To Love Me.
Adoro. Adoro. Adoro.
Mark Ronson feat. Boy George, Somebody To Love Me.
Adoro. Adoro. Adoro.
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