It's Not You. It's Me.

A minha pasta “Blogue” vai crescendo no meu desktop de dia para dia com coisas que vou descobrindo na net, que leio, que vejo, que ouço, que cobiço… Mas não tenho tido energia para digerir esses recortes e partilhá-los aqui no Evil Twin. Depois de passar o dia todo à frente do computador, mais de 12h com os olhos fixados num ecrã cuja luz parece sugar toda a vida e energia que há em mim, chego a casa sem coragem de submeter as minhas pobres retinas a mais uns minutos que sejam no lap-top.
Até já pensei em fechar o blogue, deixar o Evil Twin perder-se no éter cibernético, esquecido por entre tantos outros domains abandonados que em tempos terão pertencido a escritores frustrados que entretanto arranjaram emprego num qualquer centro de telemarketing, a hipsters que desprezavam qualquer música que fosse escutada por mais do que dois pares de ouvidos e se suicidaram depois de ter gostado sem querer do último single da Lady Gaga, por fashion victims que sucumbiram à tentação de comprar umas crocs…
Mas eu gosto do meu blogue. Sabem aquela sensação que temos quando olhamos para um cão muito feio mas que nos enche de ternura, precisamente por ser tão feio? É o que sinto com o Evil Twin. É feio, mas é meu. E mantê-lo-ei, mais moribundo numas alturas, mais aceso noutras…
É que não tenho muito jeito para a continuidade. Há certos exercícios que não consigo levar adiante. Fiz pelo menos 17 desportos diferentes: desisti de todos. Já devo ter começado pelo menos uns 5 diários e outros tantos contos, todos gravados num draft “New Yorker Essays”, nenhum terminado, muito menos enviado… Já deixei um número vergonhoso de livros a meio. Só ainda não mudei de religião nem de clube futebolístico. Não sou persistente, pronto, admiti-o. Mas não contem a ninguém, sff, porque o meu CV diz precisamente o oposto…
É estranho porque até me considero uma pessoa fiel e leal. Gosto de hábitos, tradições, até de rotina... Mas gosto de pensar que o Evil Twin, ainda que passe temporadas dormente, nunca será largado. Somos como os casais: de vez em quando, precisamos de um tempo. E, depois deste interregno, voltamos. Estamos bem outra vez. Frescos, cheios de vontade e ideias!