Wednesday 24 June 2009

Go Pogo!

Nick Bertke é um menino do downunder que volta a provar que a Austrália é uma autêntica fábrica de músicos e dos bons.
De seu nome artístico Pogo este miúdo que ainda mal atingiu a puberdade faz música que nem gente grande. Remistura soundbites de filmes da Disney e transforma-os em melodias doces de música electrónica que bate aos pontos DJs profissionais com décadas de carreira.
O Pogo ainda não foi contratado por nenhuma editora mas não deve faltar muito ou pelo menos assim espero que ter um disco inexistente na minha wishlist não é fácil…

aqui vos deixei o Alice, feito com clipes do Alice no Pais das Maravilhas. A esse vídeo junto agora o Expialidocious, Anna e White Magic, feitos a partir da Mary Poppins, The King and I e Excalibur, respectivamente.
A ouvir em loop.
Aproveito para avisar que as B’necas tb têm direito a descanso e ao bronze: vou aproveitar os ares quentes e salgados do Algarve mas 3ª-feira já volto como nova!!

Monday 22 June 2009

I ♥ Banksy

Nunca fui fã de graffitis: raros são os que acho verdadeiramente bonitos e, na maioria dos casos, acho que desfeiam e vandalizam prédios, edificações, comboios e viadutos. Excepção feita ao Banksy, de quem sou uma devota admiradora. É, provavelmente, o “artista de rua” mais conceituado da última década e que, apesar da fama e reconhecimento, mantém uma enorme carga de mistério, anonimato e surpresa que atiça a curiosidade da sua legião de fãs. Ninguém lhe conhece a cara, o nome (supostamente Robert Banks), os whereabouts (diz-se que é de Bristol mas as obras dele estão por todo o lado, desde Londres a L.A. a passar por Sidney e Nova Iorque)…
Os graffitis do Banksy aparecem nos sítios mais inesperados e são representações da actualidade política e cultural numa sátira mordaz e amarga a que é impossível ficar indiferente. É a arte de rua e “anti-establishment” levados a outro nível.
Infelizmente, não se pode comprar uma peça do Banksy numa galeria ou numa exposição mas apenas em leilões exclusivíssimos onde o preço trepa aos milhões. Eu sou a feliz dona de uma peça do Banksy que me custou aí uns 20€: é a capa do Think Tank dos Blur e posso garantir-vos que tenho tanto (ou mais) apreço por essa capa do que pelo CD propriamente dito.
A verdade é que, tirando a minha capa de CD, nunca vi ao perto uma obra do Banksy. Vou a Londres mais vezes do que vou a muitos sítios em Lisboa e fico frustradíssima por nunca ter visto um único graffiti dele. E mais frustrada ainda de não poder ir a Bristol até 31 de Agosto para ver a exposição “Banksy vs. Bristol Museum”. Deixo-vos o filme de apresentação da exposição e imagens de algumas das minhas obras predilectas.
Enjoy.









Friday 19 June 2009

Com este calor...

... só me apetecia acabar a tarde aqui, acompanhada de um limoncello bem gelado e um italiano bem quente...

E o reembolso do IRS vai paaaaraaaaa...

Ando à procura de umas boas colunas para o meu i-pod.
A selecção da Fnac deixa muito a desejar: ou são umas colunas básicas sem a mínima graça, originalidade ou qualidade ou então são umas Bose que custam 10.000€ e digamos que não era propriamente esse o budget que tinha orçamentado… As colunas que mais gostei eram umas da Bowers & Wilkins mas achei o preço exorbitante:
Tive péssimo feedback das colunas da própria marca da Apple e a julgar pela qualidade dos headphones deles – que raramente me duram mais que dois ou três meses – achei por bem deixar essa hipótese também de parte.
Ando, por isso, a aventurar-me na net à procura das ditas colunas e tenho feito umas descobertas deliciosas que me deixam, agora, o embaraço da escolha (e destino certo para o reembolso do IRS).
Estas são claramente as que mais gosto mas estou, infelizmente, longe de ter a casa ou o orçamento para as comprar.


Nestas adoro o conceito de ser uma imitação das belíssimas Marshall, digna de concerto em estádio, com direito a moche e tudo.




Mas foram estas as que escolhi. São lindas de morrer, portáteis e sentir-me-ei uma autêntica Grand Master Flash da Lapa.



Wednesday 17 June 2009

À Venda!

Está à venda parte da minha infância: a casa dos meus pais está, a partir de hoje, no mercado. Foi naquela casa que passei os anos mais felizes da minha meninice e foi para lá que fui viver sozinha os primeiros anos da minha vida adulta.
Se aqueles paredes falassem… O que vale é que não falam por isso espalhem a boa nova de que está à venda um belíssimo apartamento por um modestíssimo preço.










Para variar um bocado dos doismileoito



Tuesday 16 June 2009

It is much easier to become a father than to be one


O meu Pai faz hoje 60 anos (na fotografia, é o que está de gravata, por via das dúvidas...).

Este post é o resultado de várias tentativas (em vão) de exprimir o quanto admiro e amo o meu Pai mas cheguei à conclusão que não tenho a capacidade intelectual nem o dom da palavra que seriam necessários para lhe prestar a devida homenagem.
Deixo, por isso, as palavras mais óbvias: parabéns, Pai!

Alguém devia ter caluniado Josef K., porque foi preso uma manhã, sem que ele houvesse feito alguma coisa mal...

Hoje sinto-me o Josef K. d’ “O Processo” de Kafka.
Por razões que agora não vale a pena explicar, estou metida num imbróglio absurdo com a Segurança Social, que me citou para pagar a módica quantia de € 6.000 (sim, leram bem, seis mil euros). Ando a rezar desde 2ª-feira na esperança que os meus pais estejam a manter uma fachada há anos e, na verdade, somos riquíssimos e os herdeiros únicos do Champalimaud, Bill Gates e Belmiro de Azevedo.
Long story short, (i) eu nem sequer devo descontar para a Segurança Social porque sou advogada e temos uma Caixa de Previdência própria, portanto estão a cobrar-me dinheiro que, legalmente, não devo; e (ii) desses € 6 000,00, dois mil são a título de juros de mora sendo que a mora de dois anos é da parte da Segurança Social que demorou praticamente 800 dias a dar resposta ao meu pedido de esclarecimento.
Estou, obviamente, revoltada, irada, chocada e indignada: mete-me nojo a desorganização e chulice das instituições públicas que me obriga a perder tempo e paciência por culpa deles. E ainda pagar seis mil euros por cima! Chulos!
De entre várias coisas que tenho de juntar como prova na minha oposição (é evidente que me recuso a pagar o quer que seja, chulos de merda! O meu discurso é mais ou menos este só que ligeiramente mais moderado) é a minha declaração de IRS que tentei sacar do site das Finanças. Como entretanto já não me lembrava da minha palavra passe, tive de pedir outra e, por um qualquer lapso (deles, claro, o erro é sempre da culpa deles), o pedido segue em duplicado e eis senão quando recebo esta linda mensagem:


A imagem, infelizmente, não é muito nítida masdiz o seguinte: “Já foi emitida uma senha à menos de 5 dias” (sic).
Mas será possível que estes trogloditas nem sabem conjugar o verbo haver?! Até a tasca mais rasca já sabe que “ caracóis” e não “Á caracóis”!!! Quem é o iletrado incompetente que me escreve isto?! E o analfabeto que revê?! É bom que me (tentem) cobrar € 6.000 para pôr estes mentecaptos todos na primária outra vez.
Ignorantes de merda.

Monday 15 June 2009

Summer in the city

O calor e a pele bronzeada puxam a transparências. Adorei este vestido que vi no Lookbook.

Friday 12 June 2009

Courtesy of my friend P.

Fernando Martim de Bulhões e Taveira Azevedo

Sabem que foi? Dou-vos uma dica: nasceu em Lisboa em 1195. Ainda não? Foi frade franciscano mas foi, porém, grande apreciador de casamentos. Mais uma dica: morreu em Pádua a 13 de Junho 1231.
É, é esse mesmo. O Santo António.

Como boa alfacinha católica que se preze, sou devota do nosso santo padroeiro e muitas vezes recorro a ele quando não encontro o quer que seja (desde os brincos a um lugar para estacionar o carro). Há muitos anos a minha avó ensinou-me esta ladainha de que nunca mais me esqueci:
Eu vos saúdo, glorioso Santo António,
Fiel protector dos que em vós esperam.
Já que recebestes de Deus o poder especial
de fazer achar os objectos perdidos,
socorrei-me neste momento,
a fim de que, mediante vosso auxílio,
eu encontre o objecto que procuro...
E como boa alfacinha foliona que se preze, adoro os Santos Populares. Raramente estou em Lisboa nesta altura – aproveito sempre os feriados para ir de férias – mas este ano o trabalho e o budget obrigaram-me a ficar por cá e vou aproveitar para ir comer uma sardinhada, ler os versos nos manjericos e dar um pezinho de dança debaixo dos balões e arcos de papel às cores Alfama fora.

O meu menino é de oiro, é de oiro fino, não façam caso que é pequenino.

Não percebo muito de futebol por isso não me atrevo a mandar “bitaites” sobre transferências de jogadores e os respectivos custos, se são justificados ou não. Mas 94 milhões de euros é valor pornográfico, independentemente de ser para o mundo do futebol, dos diamantes, do imobiliário de luxo… É indiferente, é um valor exorbitante e injustificável, particularmente na conjuntura económica actual. Sei que estou a ser o maior cliché do mundo mas, caramba, acho um escândalo! É um insulto a qualquer pessoa que trabalhe horas a fio e nunca receberá ao longo da sua vida activa montantes semelhantes.

O Cristiano Ronaldo não é pequenino mas é de ouro. Aliás, em bom rigor, a compra do passe dele pelo Real Madrid equivale a 57 vezes o seu peso em ouro. Digamos que a mim, a oferta máxima que me tenham feito, não passou de uma meia dúzia de camelos em Marraquexe.
Ele há coisas…

Tuesday 9 June 2009

E porque amanhã é dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas…


Portugal, Tão Diferente de seu Ser Primeiro

Os reinos e os impérios poderosos,
Que em grandeza no mundo mais cresceram,
Ou por valor de esforço floresceram,
Ou por varões nas letras espantosos.

Teve Grécia Temístocles; famosos,
Os Cipiões a Roma engrandeceram;
Doze Pares a França glória deram;
Cides a Espanha, e Laras belicosos.

Ao nosso Portugal, que agora vemos
Tão diferente de seu ser primeiro,
Os vossos deram honra e liberdade.

E em vós, grão sucessor e novo herdeiro
Do Braganção estado, há mil extremos
Iguais ao sangue e mores que a idade.


Luis Vaz de Camões

O Homem da Minha Vida

O Henrique chega daqui a uma semana!!!

Monday 8 June 2009

Ce petit coup de cœur quand la lumière s’éteint

Recomendo vivamente este filme que, apesar de já estar em cartaz há quase um mês e ter estreado há já 2 anos, só ontem fui ver.
Para celebrar a 60ª edição do Festival de Cannes, em 2007, foram convidados 35 realizadores de 25 países para criarem uma curta metragem de 3 minutos sobre a emoção associada à sala de cinema. A compilação das curtas é um resultado no mínimo interessante e comovente, mesmo, com interpretações tão vastas e diferentes quanto seria de esperar de um elenco que junta desde o Manoel de Oliveira – que surpreende pela positiva – ao Takeshi Kitano, a passar pelo David Lynch que é, previsivelmente, o autor da curta mais bizarra do filme, apropriadamente intitulada Absurda.
As abordagens ao tema vão desde a simples anedota (Polanski é, surpreendentemente, o autor de uma curta que é um autêntico sketch) a memórias de infância (a curta de Claude Lelouche traz lágrimas aos olhos), de projecções improvisadas em locais remotos da China a reflexões sobre o estado do cinema e do mundo actual… Há de tudo.
Há, evidentemente, pontos comuns a muitas curtas (3 delas são sobre cegos que vão ao cinema e quase todos os realizadores homenageiam o cinema francês e italiano, particularmente da década de 50 e 60, sendo, aliás, o documentário dedicado ao Federico Fellini) e no final de conta o Chacun son Cinéma é não mais do que um compêndio de cineastas singulares que, é certo, falam línguas diferentes, mas declaram todos, em uníssono, o seu amor pela 7ª arte.
E nós, espectadores, juntamo-nos a eles.
Et vive le cinéma!

No Comment

Não sei ao certo o que dizer sobre as eleições europeias e o resultado de ontem à noite. Aliás, ontem mesmo não sabia o que pensar ou dizer: pela primeira vez na minha vida, votei em branco. Estive ainda uns minutos na cabine de voto a olhar para aquele rol de siglas, a decifrar nomes de partidos de que nem nunca tinha ouvido falar, a tentar escolher onde pôr uma cruzinha, mas não consegui. Nunca pensei chegar a um tal ponto de indecisão e decepção política.
Esta campanha eleitoral foi, a meu ver, a pior de que tenho memória. As questões europeias foram deixadas completamente para segundo plano, acho que não ouvi uma única vez as palavras “Tratado de Lisboa” sair da boca de qualquer candidato. Nem políticos nem os media foram capazes de separar as águas e Bruxelas não foi mais do que uma desculpa para lutarem todos – partidos e respectivos candidatos – pelo protagonismo em Lisboa, como que em estágio para as legislativas do final deste ano.
Sou uma grande defensora da U.E. desde o primeiro momento e também sou assumidamente de esquerda, pelo que estou, inevitavelmente, desiludida com o resultado~das eleições: a subida dos votos da direita, particularmente em França e em Itália onde a extrema-direita ganhou maior peso, e em Inglaterra onde os eurocépticos têm cada vez mais importância, são claramente uma preocupação, assim como o é a eterna questão da abstenção. Como já é costume, o grande vencedor foi o português calão que preferiu ir para o Algarve, ficar em casa a ver televisão ou ir com a família ao centro comercial do que perder uns míseros 20 minutos a ir votar: 61% é o valor nacional, sendo que a abstenção foi de 97,8% entre a comunidade emigrante.
Patético.
É cliché mas é verdade: cada povo tem o governo que merece.

Friday 5 June 2009

Para que o fim-de-semana comece em grande…

Porque nunca há posts suficientes com músicas dos doismileoito e onde se possa ver e ouvir o meu querido Pedro Pode.






Thursday 4 June 2009

Alternating Current / Direct Current

À primeira vista posso jurar que ninguém me tomaria por uma fã dos AC/DC mas a verdade é que, apesar de todo o meu pretensiosismo musical pseudo-indie-alternativo, sei que não há nada melhor do que uma boa “rockalhada” dos ’70. Também eu passei pela fase das guitarradas, fã de Satriani, Led Zeppelin, Deep Purple… E ontem até pus de parte o meu clubismo e fui a Alvalade que viu, finalmente, um grande espectáculo e a glória que lhe faltou durante toda a época futebolística.
Com a dose certa de humor (thumbs up para os oh so saucy vídeos de animação, a boneca gigante no “Whole Lotta Rosie”, o strip do Angus Young…) e o indispensável “espectáculo de luzes e som”, como se costuma dizer, com fogo-de-artifício, canhões…, foi um concerto de alta voltagem que rebentou, quase literalmente, com a escala.
A voz inconfundivelmente roca do Brian Johnson não falhou um único hit e o Angus Young superou todas as expectativas com um solo impressionante no meio do público, num dedilhar fervoroso e vertiginoso que durou uns bons 15 minutos, a fatiota colegial de calções e a célebre dancinha do pé que todos nós imitamos quando fazemos air guitar.
O tema do inferno marcou a noite mas foi um concerto de bradar aos céus.
Rock on!




Wednesday 3 June 2009

And now for something completely different…

…mas ainda sobre música portuguesa, eis a minha última obsessão:



Adoro tudo nesta música: a melodia pop, o ritmo quebrado e acelerado, a voz do Pedro Pode por quem tenho neste momento um fortíssimo fraquinho: é podre de giro e tem aquela pinta de músico a que nenhuma miúda resiste, os joelhos tremem-me cada vez que vejo o teledisco ou ouço aquele delicioso sotaque nortenho!

O B-A-BA do Fado

Herdei a paixão pela música do lado do meu Pai. O meu avó paterno era músico nas horas vagas e tinha mesmo grupo de música com os irmãos que, para meu grande desgosto, nunca cheguei a ver e ouvir.
O meu Pai, por sua vez, é incapaz de ler uma pauta ou tocar um instrumento, mas sabe mais de música do que muita gente que por aí anda, que vende discos, que compõe e pretende ser músico. Tem uma colecção de discos impressionante e de uma variedade de fazer inveja à Fnac. Das coisas que mais gosto de fazer quando vou visitar os meus pais, é ficar noite dentro com o meu Pai na salinha onde têm a “estereofonia”, como ele diz, a ouvir as últimas descobertas que fez: fazemos comparações entre compositores, entre versões, confrontamos cumbias com tangos, pop com jazz, passamos de ritmos senegaleses a um qualquer virtuoso japonês, das guitarradas dos anos 70 ao rockabilly dos anos 50…
Mas uma das grandes paixões do meu Pai é o fado.
Eu ainda demorei uns anos a perceber essa paixão e só comecei a gostar realmente de fado há uns 5 anos, mais coisa menos coisa. Voltei a ouvir em CD, em reedições remasterizadas e límpidas, as vozes que ouvia, em miúda, entre os riscos e saltos de velhinhos LP de vinil - o grande Alfredo Marceneiro é das mais marcantes mas também as de Vicente da Câmara, Ercília Costa, Maria Teresa de Noronha, e, claro, a incontornável Amália.
Hoje, e também porque o meu Pai é amigo pessoal de muitos deles, sou fã da chamada “nova geração” de fadistas. Uma dessas novas vozes pertence à miúda mais querida e bem educada que conheci nos últimos tempos: a Carminho Rebelo de Andrade, filha da Teresa Siqueira. O fado corre-lhe no ADN, é evidente, e quem já a ouviu cantar na Mesa de Frades (recomendo vivamente, especialmente em noites e que estiver também o Camané e o Ricardo Ribeiro) sabe que também lhe corre na alma.
A Carminho fez as capas da Time Out, do Expresso e de uns tantos outros jornais e revistas esta semana não posso deixar de publicitar aqui nas B’necas o álbum “Fado” que aconselho para descobrirem o que é o fado, o que é Lisboa, o que é a música e o que é, acima de tudo, o amor por todas estas coisas.




Também minha amiga (mas ainda sem álbum) e dona de uma belíssima voz é a Cuca que cantou um dos fados mais lindos jamais escritos no filme do Carlos Saura, “Fados”: