Thursday 28 May 2009

370 Beech Street, Highland Park, Illinois, USA

O “Ferris Bueller’s Day Off” é um dos filmes da minha infância que vi e revi vezes sem conta, invejando toda aquela audácia, irreverência, demência e diversão. Tem duas das minhas cenas favoritas do cinema: a do desfile na parada louca ao som do Twist and Shout e a do Ferrari do pai do Cameron em marcha atrás, para aldrabar os quilómetros, que voa garagem fora.
E essa dita garagem pertence a esta casa de sonho que está agora à venda pela módica quantia de $2.300.000,00. Para aqueles que querem ir viver para Chicago, parece-me uma pechincha. É aproveitar a crise!





E a título de refresh do filme, deixo-vos estas pérolas:

Um bom conselho

Rapazes por esse mundo fora, ouçam-me com atenção: invistam num destes chapéus criados exclusivamente em N.Y. pela Still Life para a Marc Jacobs.
Não há maior babe magnet, prometo: são clássicos, intemporais, distintos e über-elegantes, lindos, lindos, lindos! Custam $225. Mas são lindo, lindo, lindos!

Thursday 14 May 2009

You can only be young once but you can always be immature.


Faço hoje 27 anos. Vinte e sete anos. V-i-n-t-e e s-e-t-e! Confesso que ainda não me mentalizei, ainda não me habituei à ideia. Quando me perguntam a idade, dou por mim a pausar e a pensar antes de responder e, vezes sem conta, ainda me engano e digo que tenho 23 (um equívoco genuíno, juro!).

A partir dos 25 anos, a idade já não vale por si: o ponto de referência passa a ser os trinta e, em vez de termos 26 anos, estamos a 4 anos dos 30. Na verdade, hoje não digo “faço 27 anos” mas antes “estou a apenas 3 anos de fazer 30”.
E é nessa perspectiva que tenho vivido: daqui a 3 anos faço 30 anos. Tenho, por isso, 3 anos para queimar os últimos cartuchos e fazer toda as asneiras que deixam de ser aceitáveis quando passar a barreira dos trinta: é como as vésperas de dietas, em que se come bolachas, boiões de Häagen Dazs e chocolate como se não houvesse amanhã, porque esse tal de amanhã vai ser vivido apenas a legumes a vapor. Tenho de aproveitar agora para sair à noite e não ter vergonha de voltar a casa já o sol vai alto, tenho de aproveitar para ter lata de usar o que me apetece ou fazer birra porque “não tenho nada para vestir!”, jantar Papa Cerelac, gastar um ordenado num par de sapatos e ficar sem dinheiro para as contas e pagá-los com multa fora do prazo, ficar a ver séries até às tantas da manhã e vir trabalhar com uma enxaqueca do dia a seguir, deitar-me ao sol em pleno verão das 11h às 16h sem protector solar e comer um menu completo do McDonalds sem ter de passar os oito meses seguintes a pão e água.

Não é preciso ser um génio para perceber que esta não é a melhor técnica para avançar na idade. Aliás, é possivelmente a pior. O lema do carpe diem só funciona mesmo no Clube dos Poetas Mortos e nem aí: o professor acaba por ser despedido e o protagonista suicida-se. Não se pode dizer que seja propriamente o final feliz. A verdade é que, tal como a dieta não funciona melhor se emborcarmos 40 quilos de gomas na véspera do Dia D, também não se envelhece melhor se vivermos abusivamente a nossa “juventude” (os 20 ainda são considerados juventude?).
Li no outro dia num artigo autobiográfico intitulado “Turning 30: Only Adults Allowed”, da escritora americana Sloane Crosley, uma frase que me fez pousar a revista no colo e pensar “caramba, é isto mesmo”, que agora vos deixo:

Maybe the trick to 30 is to stop waiting for signs of adulthood when you’re standing dead smack in the middle of it”.

Que se lixe o Prof. Keating. Que se lixe o “seize the day”. Não é o dia que é preciso agarrar: é a vida. E a vida não é para ser gasta: é para ser vivida! Mai’ nada!

Ah, e parabéns a mim!!

Wednesday 13 May 2009

A Treze de Maio, na Cova da Iria...

Não quero de todo perigar a laicidade do B’necas mas fruto de anos e anos em colégios de freiras e muitos Domingos passados a receber e dar aulas de catequese, não resisto a deixar aqui uma nota sobre o dia de hoje, passados 92 anos sobre a aparição de N. Senhora de Fátima aos três pastorinhos. Foi um episódio religioso que marcou a minha infância: quando era criança rezava todos os dias para que a N. Senhora me aparecesse a mim e todas as minhas bonecas (Barbies inclusive) se chamavam Jacinta.
Continuo a ser católica praticante e tenho muita dedicação a certos santos e a determinadas imagens da N. Senhora. A de Fátima, por acaso, já não é uma delas: não faço promessa para ir a Fátima, nem de carro nem a pé e muito menos de joelhos, detesto toda aquela exploração comercial e não gosto do Santuário. Mas ontem dei por mim a ver a transmissão da procissão da velas e a ficar emocionada. É impossível ficar indiferente àquele desfile de luzes quentes na noite escura, com milhares de vozes trémulas a cantarem em uníssono “A treze de Maio, na Cova da Iria, apareceu brilhando a Virgem Maria. Avé, Avé, Avé Maria!”. Deitei-me com aquela música na cabeça, acordei com aquela música na cabeça e ainda não consegui deixar de cantar “A treze de Maio, na Cova da Iria…”. Há horas que não me sai da cabeça: estou a sentir um misto de aproximação divina intensa e de irritação extrema porque não consigo sequer concentrar-me a trabalhar.
É impressionante como um hit da Igreja Católica consegue ser mais viciante e potente do que o último single da Beyoncé ou da Britney Spears.
A treze de Maio, na Cova da Iria…”. Porra, continua!

Tuesday 12 May 2009

A Capital do Móvel saiu de Paços de Ferreira e foi para Alfragide…

Estou certa de que não serei a primeira nem a última pessoa a escrever sobre uma ida ao Ikea mas não resisto. Prefiro pecar pela falta de originalidade do que não lançar aqui, ao vastíssimo público que lê o B’necas, este apelo: metam o porteiro do Lux à porta do Ikea de Alfragide. Estou a falar muito a sério.

Estou a mudar de casa e vi-me obrigada, pela primeira vez na minha já não tão curta existência, a ir ao Ikea, no domingo passado. Depois do já deprimente cenário de ter de acordar ao domingo com despertador, a manhã foi sempre down hill a partir daí. Logo à chegada, uma pessoa fica com os ânimos de rastos. Toda aquela zona de Alfragide é de fazer chorar as pedras da calçada: não que eu queira um Ikea no meio do Parque Eduardo VII, no Chiado ou nas dunas selvagens do Guincho mas, caramba!, aquela zona é de meter medo ao susto. Depois, já no próprio Ikea, todo ele muito azul e amarelo, ninguém aguenta mais do que 2 minutos ali sem ficar com uma tremenda dor de cabeça.

A verdade é que sofro de dois males que em muito prejudicam uma ida ao Ikea.

Por um lado, sofro de uma extraordinária falta de poder de decisão.
Já me vejo aflita nos restaurantes com ementas com mais do que 3 pratos, demoro meia hora a decidir e fico sempre a preferir o prato do outro que não escolhi, por isso darem-me a escolher entre 40 camas, 80 armários, 50 cómodas, 100 mesas e mesinhas e mesões, cadeiras, bancos, sofás ou poltronas, cujos preços variam dos 4€ aos 400€… fico logo a suar e com tremores! E com tanta mobília, tanto quarto montado, tanta sala pronta a habitar e tanta cozinha pronta para cozinhar… A certa altura, naquela gigante casa labiríntica de mil divisões, dei por mim a hesitar entre um beliche de crianças e um fraldário: note-se que já não tenho idade para ter cartão jovem nem tenho filhos…

Por outro lado, sou claustrofóbica.
Não sei como é que é o Ikea durante a semana mas posso garantir-vos que aquilo ao Domingo de manhã tem lotação esgotada. A certa altura achei que ia ter de me pôr às cavalitas do casal à minha frente para poder circular.
Ir passear ao centro comercial é so last season, está out. Agora giro, giro é ir ao Ikea ao fim-de-semana. É que é tão giro que não dá para ir só o núcleo familiar: têm de reunir pelo menos três gerações e três graus de separação do agregado familiar. Vai a avó, o avô e a tia avó, que se sentem mal "derivado" ao calor e à multidão e sentam-se em cada um dos 30 mil sofás, 20 mil poltronas e 10 mil camas expostas no Ikea. O pai, cumprindo o seu papel de pater familias e macho latino, percebe de móveis como ninguém e abre todo e qualquer armário, gaveta e móvel, analisa o interior, o material, a dobradiças, abre e fecha repetidas vezes ou bate com força para testar a durabilidade e qualidade… O neto, o bisneto e o primo também vão, tiram 15 lápis cada um e outras tantas fitas métricas. E claro, vai também o primo do primo e a miúda que anda com o primo do primo que, romanticamente (o que implica andarem sempre de mão dada e muito lentamente) projectam o novo T2 que estão a pensar arrendar perto da casa da mãe dela. No final do passeio, sem terem comprado um único móvel ou uma única peça que seja, sentam-se no café Ikea a deliciarem-se com o pequeno-almoço Ikea a €1,30 (a esse preço suponho que o croissant venha também em peças separadas e sejamos nós próprios a montar a meia-de-leite…) e ainda acabam por ir almoçar ao Allegro, antes de ir passar a tarde à Makro.
Não que eu seja uma miúda propriamente aventureira ou hiperactiva mas, caramba, consigo pensar em tanta coisa melhor para fazer ao fim-de-semana de manhã…
Há que controlar este fluxo de gente supérflua, destes transeuntes que não vivem o drama de “como decorar um T4 com 1000€?” ou “como fingir que um móvel de 40€ é uma relíquia de Art Déco?” ou “como comprar um quarto, uma sala e uma casa-de-banho em meia-hora?”.

Chega de domingueiros! Aquele gente tem de pagar consumo mínimo! Tem de sair de lá com pelo menos uma estante Billy! O Miguel que guarde a porta do Ikea durante o do dia e a do Lux à noite: é simples e eficaz!

Monday 11 May 2009

Não há três sem quatro!

O que vale é que, por mais complicada, conturbada e difícil que seja a minha vida, posso sempre contar com o meu clube para me dar razões de jubilo, gáudio e imensas alegrias. O Futebol Clube do Porto provou ontem, mais uma vez, que é o Rei do desporto rei.
Não sou realeza mas garanto-vos que tenho sangue azul!
FêCêPê! FêCêPê! FêCêPê!

Thursday 7 May 2009

He's behind you, he's got swine flu!

Mike Skinner dos The Streets volta a provar que, para além de uma enorme carga de talento, tem um colossal sentido de humor vey british
Pára, olha e escuta:

Wednesday 6 May 2009

¡Y porque el México no es solo la gripe porcina!

Sempre tive um fraquinho por música da América Latina. Desde o Bossa Nova à música de intervenção chilena dos anos 60, a passar pelas cumbias mexicanas e o incontornável tango argentino: gosto de tudo. Mas o México sempre se destacou como um país de referência musical: a Lila Downs é, indiscutivelmente, uma das minhas cantoras de eleição e a banda sonora do Y Tu Mama También – composta quase exclusivamente de bandas mexicanas – é dos discos que ouço mais frequentemente, de princípio a fim, sem saltar uma única música e deu-me a descobrir os excelentes Café Tacuba, os Molotov e o foleiríssimo mas divino cantor romântico Marco António Solis.
Os Mexican Institute of Sound, um projecto do presidente da editora musical EMI no México, o Camilo Lara, foram a descoberta mais recente e revelaram ser uma excelente surpresa: são uma espécie de Fun Lovin’ Criminals meets James Murphy, com samples brilhantes (desde o Hey Mickey da Tony Basil ao hilariante Macarena) e uma frescura que nos transporta para uma noite de verão, com um copo de margarita numa mão e um puro na outra, mas sempre de máscara cirúrgica sobre a boca... à cautela.

Tuesday 5 May 2009

Vasco Granja (1925-2009)

Morreu na madrugada de ontem o Vasco Granja e, com ele, parte da minha infância. Lembro de, muito pequenina, sentar-me à frente da televisão e ver (reposições, julgo eu, porque o programa original ainda não é do meu tempo) os mais variados desenhos animados que o Vasco Granja nos presenteava, ora a Pantera Cor-de-Rosa, ora o meu personal favorite, o Speedy Gonzalez, sem esquecer as curtas checas e polacas feitas em plasticina ou jogos de sombras, que acabavam invariavelmente com o célebre “koniek” (que durante anos achei que queria dizer “bonecos animados” mas vim finalmente a descobrir que significa, e com alguma lógica, “fim”…).
Fica o enormíssimo contributo e a pena de não haver, hoje em dia, um educador como foi o Vasco Granja.
Koniek.